quinta-feira, 4 de setembro de 2014

FILOSOFIA E EDUCAÇÃO

ADORNO
Para Adorno, a crise na educação tem fortes relações com o modo como produzimos tradicionalmente a nossa vida material, pois, ao produzir e consumir coisas, também formamos a nossa subjetividade. No contexto educacional não seria diferente. Se a formação educacional está dirigida unicamente para a adaptação e para a apropriação de certas técnicas, tendemos a aceitar o que nos é informado sem crítica e sem perspectiva de mudar e de melhorar as nossas relações. Se tudo o que aprendemos tem relação com a apropriação de certas técnicas, tendemos a lidar com o mundo e com as pessoas, tecnicamente e, dessa forma, dificilmente nos abriremos para o contato com o outro, com aqueles que não nos são familiares.
Adorno reconheceu que, tanto a adaptação quanto o domínio de técnicas, fazem parte da educação dos jovens. Contudo, essa não pode ser a única finalidade da educação escolar. Faz parte da educação escolar a educação moral, a formação para a autonomia, para o pensamento crítico e para a reflexão ética. Segundo Adorno, a educação pode ser uma ação preventiva ao retorno à barbárie se atentar para as formas de coisificação dos homens e para os seus fetichismos. A educação após Auschwitz deve esclarecer e elucidar as formas de manipulação e coisificação presentes em nossa sociedade. Tornar claras as relações que podem nos levar a modos de ser que nos coisifiquem e que ao mesmo tempo nos levem a desconsiderar o outro como um ser humano.
KANT
Segundo Kant, um homem emancipado é um homem sem guia, isto é, minoridade é viver sem a independência que vem do uso da racionalidade. O que impede o homem de assumir a sua maioridade é a preguiça e a covardia. Preguiça de ler, de aprender, de pesquisar, de ouvir e de se cansar em busca de uma maneira melhor de viver. Covardia em não enfrentar os problemas, os erros, as decepções, conduzindo à preferência de se manter como uma espécie de criança imatura que para tudo necessita de outro dizendo o que deve ser e fazer.
Para quem perguntamos as coisas fundamentais da vida? Quem é o guia? Algum familiar, como o pai ou a mãe? O professor, o pastor, o padre, o político, o livro, o filme?
A minoridade é uma prisão. A maioridade é a libertação. A liberdade vem a partir do momento em que se assume a racionalidade, ou melhor, o esclarecimento. A escola deve ser o palco do esclarecimento para, então, tornar-se geradora de cidadania. O sinal de que isso está acontecendo é o uso público da razão. Isso significa assumir posições refletidas, o que é diferente do uso privado da razão, que é responder racionalmente a situações corriqueiras, como se calar diante da autoridade. Quem tem coragem de usar a razão? Quem tem vontade de superar a si mesmo? Quem usa a razão só para não ter problemas pessoais (uso privado da razão)?
Quem usa a razão para tornar o mundo melhor (uso público da razão)? Os religiosos dizem: não questione, creia. A televisão diz: não questione, assista, compre e seja. O político diz: não questione, vote. Os “valentões” dizem: não questione, obedeça.
Entretanto, a pessoa emancipada questiona abertamente, sabe o que quer e precisa disso para ser livre. Ela quer saber o motivo, ela precisa entender para aceitar ou não o que lhe é falado, ordenado. Ela usa os estudos, o raciocínio, a imaginação e a crítica para seguir o seu caminho.


Esclarecimento
O homem é um ser cultural, ou seja, seu comportamento é regido por padrões culturais transmitidos pela linguagem, por meio da linguagem os homens estabelecem relações sociais mediadas por símbolos e sinais, que lhes permitem viver em sociedade, de maneira ordenada e integrada e que os grupos dos quais fazemos parte são mecanismos de transmissão cultural, como a família, os amigos, o trabalho, a vizinhança, a escola,  os meios de comunicação, como a televisão, o rádio, a internet, os jornais, além dos livros, das obras de arte, entre muitos outros. 
No entanto, segundo Adorno, na sociedade capitalista, em que as relações sociais são mediatizadas pela mercadoria, toda obra de criação se transforma em mercadoria e é avaliada pelo seu valor no mercado, sua rentabilidade e seu retorno para o capital, esses meios de comunicação de massa exerce um grande poder sobre a consciência das pessoas, transformando o consumidor de seus produtos em objeto dos interesses de reprodução do capital.
Portanto, a possibilidade de trabalhar didaticamente com os alunos a elucidação do “modo capitalista de pensar” conforme análise do sociólogo José de Souza Martins podemos resumir em algumas palavras, Autonomia, esclarecimento, reflexão, formação critica.
Segundo Kant, um homem emancipado é um homem sem guia, isto é, menoridade é viver sem a independência que vem do uso da racionalidade. A menoridade é uma prisão. A maioridade é a libertação. A liberdade vem a partir do momento em que se assume a racionalidade, ou melhor, o esclarecimento. A escola deve ser o palco do esclarecimento para, então, tornar-se geradora de cidadania. Fazer uso privado da razão para superar a si mesmo, fazer uso público da razão para tornar o mundo melhor, a pessoa emancipada questiona abertamente, sabe o que quer e precisa disso para ser livre. Ela quer saber o motivo, ela precisa entender para aceitar ou não o que lhe é falado, ordenado. Ela usa os estudos, o raciocínio, a imaginação e a crítica para seguir o seu caminho.

Prof. Manoelito