quinta-feira, 20 de outubro de 2016

VIOLÊNCIA ESCOLAR



O objetivo é debater a questão da violência escolar, estimulando os alunos a refletirem, de forma crítica e construtiva, sobre essa que é uma das problemáticas que mais têm mobilizado educadores, diretores de escola, professores, funcionários, formuladores de políticas públicas, pais e alunos. Por meio da interação entre professor e alunos, vamos discutir as questões pertinentes ao meio escolar de modo a propiciar debates e estimular a formulação de propostas, advindas dos próprios alunos, para a superação de conflitos. A conscientização do papel de alunos e professores como atores responsáveis pelos conflitos escolares é o primeiro passo para a transformação das relações sociais no ambiente escolar.

A violência escolar é hoje considerada um dos principais problemas do sistema educacional, não apenas no Brasil, mas em diversos outros países. Porém, embora seja uma questão que influencia o cotidiano de muitas escolas, ela não pode ser tratada da mesma maneira, como se todas as instituições vivessem igualmente os mesmos problemas. Cada escola possui suas peculiaridades, suas qualidades e seus conflitos, e não cabem aqui generalizações.  Por essa razão, é preciso mapear a situação vivida em cada contexto particular para, somente então, partir para uma reflexão crítica.

Conflitos na vivência escolar - A violência na relação entre alunos e professores, alunos entre si e alunos e funcionários não é um fenômeno novo na escola. O que se vive hoje é, na realidade, uma grande mudança na forma de perceber os atos de violência. Algumas décadas atrás eram considerados “normais” e aceitos como parte do processo disciplinatório do ensino as punições físicas ao aluno, na forma de puxões de orelhas, reguadas, golpes de palmatória e outros castigos vexatórios, como a repetição de frases escritas dezenas de vezes, os xingamentos e a estigmatização perante a turma pelo mau desempenho ou comportamento.

Hoje, a indisciplina (conversas fora de hora, descumprimento de tarefas, discussões, brigas), um fato antes corriqueiro e integrado à vida da escola, passou a ter outra dimensão. Outras formas de violência têm se tornado cada vez mais comuns dentro e fora do espaço da escola (no seu entorno): vandalismo, agressões físicas, ameaças de morte e até mesmo casos de violência que resultam em óbito de professores, funcionários e alunos. Vivencia-se o conflito entre a dificuldade de dar andamento às aulas e “disciplinar” os alunos e a necessidade de introduzir novas práticas pedagógicas e didáticas que superem antigos modelos de ensinar e aprender.

Como explicar esses fenômenos? As causas apontadas são várias, desde as sociais, tais como a vigência de políticas públicas de exclusão social que não oportunizam o acesso a uma educação de qualidade e trabalho digno, até causas psicológicas que convertem a baixa autoestima em respostas antissociais que se descortinam como única alternativa de sobrevivência, aceitação e autoafirmação, a exemplo da formação do poder paralelo do narcotráfico”.

Há uma variedade de atos perpetrados no cotidiano escolar que são geradores de conflito. Porém, não necessariamente qualificamos todas essas ações como violência. As atitudes muitas vezes encaradas como “indisciplinadas”, como o uso reiterado de palavrões, as respostas às provocações dos colegas – que, muitas vezes, redundam em agressões físicas – e a postura contestatória de alguns alunos, fazem parte, na realidade, do processo interativo dos adolescentes e jovens. Trata-se, antes, mais de agressividade do que de violência propriamente dita. Os atos violentos, diferentemente, incorporam um desejo de destruição em relação ao outro (FREIRE, 1994 apud MARRA, 2007, p. 38).

O que é bullying? Um problema mais sério que surge no relacionamento entre os alunos ocorre quando apelidos, brincadeiras, agressões e fofocas passam do limite e se tornam uma atitude deliberada no sentido de “zoar”, “sacanear” e humilhar colegas, que são discriminados por uma série de razões, como as exemplificadas na atividade anterior. Esse fenômeno, denominado bullying, pode levar crianças, adolescentes e jovens a um grande sofrimento. Geralmente, as vítimas de bullying sentem-se isoladas. Por se sentirem discriminadas, sofrem de baixa autoestima e chegam a ter o rendimento escolar prejudicado por causa do medo que os colegas praticantes do bullying lhes provocam. O bullying pode se tornar extremamente violento, chegando até mesmo a causar lesões físicas e transtornos psicológicos sérios.

O termo bullying – sem tradução na língua portuguesa – compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. São adotadas por um ou mais estudantes contra outro (s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder.

Porém, no cotidiano escolar também são evidenciados atos violentos não direcionados de forma sistemática e reiterada a um colega em particular. As ações violentas, entre as quais se incluem as brigas, as ameaças (inclusive as de morte) e as lesões corporais, seguidas ou não de morte, podem ocorrer entre alunos que não necessariamente são vítimas sistemáticas de bullying. As brigas e ameaças ocorrem pelos mais variados motivos de desentendimento, boatos, fofocas, disputas, rivalidades e, especialmente, como forma de revidar uma ofensa. Em muitos casos, os pais dos alunos também ameaçam os próprios filhos cotidianamente e incentivam a reação violenta como forma de defesa no relacionamento com os colegas.

Os conflitos vivenciados no cotidiano escolar, muitas vezes, não se encontram circunscritos ao espaço da escola: várias brigas têm início dentro da sala de aula e continuam nos portões, ou começam na vizinhança e continuam dentro da classe, exatamente porque a escola não está isolada das relações da comunidade na qual está inserida. Nesse sentido, as ameaças contribuem para o aumento da violência, especialmente nas localidades onde há relações com grupos de poder ligados ao narcotráfico.

“São frequentes as ameaças de alunos para com seus colegas, invocando o nome de irmãos e outros parentes, em geral ligados ao tráfico de drogas, e, portanto, conhecidos e temidos pelos outros”.

Violência escolar: o papel de cada um - Pode parecer, pela discussão desenvolvida, que o aluno é o único responsável pela violência no cotidiano escolar; porém, as relações conflituosas se dão não apenas entre colegas, mas entre todos os membros participantes da estrutura da escola: diretores, coordenadores pedagógicos, inspetores de alunos, professores e demais funcionários. Nesse sentido, cabe uma breve discussão sobre o papel de cada um nesse cotidiano.

Uma pesquisa realizada em 2009 pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, a pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secadi), em 501 escolas públicas do país, envolvendo 18 599 estudantes, pais, mães, professores e funcionários, mostrou que o preconceito e a discriminação estão fortemente presentes na escola pública. As principais vítimas de preconceito são os portadores de necessidades especiais, os negros, os homossexuais e os pobres.

A atitude discriminatória dentro e fora da sala de aula, inclusive por parte de pais e educadores, contribui para o baixo desempenho e para a reprodução da violência escolar. O aluno que se sente estigmatizado por qualquer razão dentro da sala de aula e fora dela não desenvolve qualquer relação positiva com a atividade escolar e deixa de aprender. Para ele, abandonar ou destruir a escola e desrespeitar os colegas e o professor são a forma de exteriorizar o sofrimento de não se sentir no mesmo direito de estar ali.

Por essa razão, a interação entre educador e educando não pode prescindir da afetividade e da confiança que facilitam o diálogo, atributos exatamente opostos ao medo, à desconfiança, ao revide ou ao silêncio induzido pela ameaça.

As pesquisas sobre violência escolar desenvolvidas por sociólogos e educadores no contexto brasileiro têm chegado a resultados semelhantes quando analisam as motivações para os conflitos entre educadores e educandos. Por um lado, é possível afirmar que parte das dificuldades enfrentadas pelos alunos, em termos de expectativas e rendimento, tem a ver com as trajetórias escolares de seus familiares mais próximos; ou seja, em ambientes familiares em que tradicionalmente não há o hábito do estudo ou os pais não tiveram a oportunidade de completar a escolaridade básica, os alunos têm mais dificuldade de encontrar apoio para realizar suas tarefas, estudar e melhorar seu desempenho. Por outro lado, práticas pedagógicas desinteressantes e relacionamento inadequado (muitas vezes, marcado por preconceitos, atitudes autoritárias e sem sentido para os alunos) são apontados como fatores que propiciam atitudes antissociais que evoluem para a violência propriamente dita entre professores e alunos.

Questões:

1.       Com base no texto e nos debates em sala de aula, divididos em grupos, elabore um projeto de resolução de conflitos, com os seguintes itens:

Ø  Na primeira parte, o grupo deverá redigir um texto que explique quais são os principais problemas vivenciados na escola e desenvolver algumas explicações para eles;

Ø  Na segunda parte, identificar quais são as principais práticas relacionadas à violência escolar e de que modo elas interferem no seu cotidiano, no processo de aprendizagem e crescimento;

Ø  Na terceira parte, apresentar suas propostas de como esses conflitos poderiam ser solucionados, e qual é seu papel, como alunos, em contribuir para diminuir a violência na escola.


Prof. Manoelito

THE END

A CONDIÇÃO HUMANA E A BANALIDADE DO MAL



O objetivo é abordar a condição humana e a banalidade do mal, com base no pensamento de Hannah Arendt. Os conceitos de labor, trabalho e ação têm o intuito de construir uma crítica à subjetividade meramente técnica ou banal, do ponto de vista existencial. As considerações que se seguem sobre as atividades fundamentais: labor, trabalho e ação, e o texto de Hannah Arendt sobre a condição humana, nos levam a refletir sobre o que estamos fazendo no mundo. O homem precisa buscar sustento para manter-se vivo, construir artifícios para tornar o mundo melhor e para isso ele precisa estar entre outros homens.

A condição humana nos remete às condições fundamentais para a existência do homem no mundo. São estas a natalidade, a mortalidade, a mundanidade e a pluralidade. Para viver como seres humanos, habitar o planeta e constituir o mundo, algumas atividades devem ser realizadas. Quais são elas? Qual é a finalidade dessas atividades? 
A banalidade do mal - O que vocês acham que vem a ser o mal? O mal sempre foi uma reflexão importante para a Filosofia. Para tentar compreendê-lo, Hannah Arendt orbita em torno da seguinte formulação: Como é possível que, no século XX, os homens convivam com um mal como o nazismo, por exemplo. Pensando nos campos de extermínio nazistas, que mataram milhões de pessoas por motivos banais, como entender que foram tão poucos os que a eles se opuseram.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os prisioneiros eram escravizados, torturados e assassinados por não serem – conforme estabeleciam as normas nazistas – arianos, racistas e, em suma, nazistas. Conforme sua origem, religião, orientação sexual e postura política, o indivíduo era violentamente arrancado de sua casa, encarcerado e submetido a um penoso regime de trabalhos forçados.

No Caderno do Aluno, é apresentado um cartaz com os símbolos utilizados para identificação dos prisioneiros nos campos de extermínio nazistas, além de um quadro com seus respectivos significados, analise-os. Esses símbolos, além de marcar os indivíduos, tais símbolos indicavam o tipo de violência a eles destinada. Chamar Auschwitz ou Treblinka de campos de concentração acaba escondendo sua mórbida finalidade, que consistia em exterminar pessoas, e não em reuni-las em uma comunidade. 

Esses símbolos, em sua maioria, marcavam pessoas comuns, presas e condenadas sem julgamento justo. Podemos pensar que desaprovar uma forma de “justiça” que condena pessoas à morte por motivos religiosos, étnicos, por orientação sexual, e outras razões igualmente injustificáveis, não seja difícil. Contudo, Hannah Arendt foi além disso, mostrando que esse mal não estava apenas nos soldados assassinos ou em Hitler, mas em todos os que não usavam, para combatê-lo, sua faculdade mais sublime, que é o pensamento. A banalização do mal está, justamente, no fato de que as pessoas optam por não pensar criticamente e nada fazem para impedir o mal; elas fingem que acontecimentos relevantes para a sociedade não lhes dizem respeito, isto é, pensam apenas em si.

Foi assim que a filósofa interpretou o julgamento do oficial nazista Adolf Eichmann – ao fim do qual foi condenado à morte por crimes contra a humanidade. Na época, muitos o viram como a personificação do mal. Arendt, ao contrário, viu nele uma figura banal. Para ela, são as pessoas banais que se omitem ou fazem as piores atrocidades. O mal não é sedutor nem monstruoso, como a mitologia representa, mas banal, comum, ordinário. Eichmann não era um pivô, uma parte fundamental na engrenagem nazista, mas apenas uma peça, que poderia muito bem ser substituída por outra. Por ser peça de uma engrenagem, Eichmann apenas viveu a atividade do labor. Procurou apenas sobreviver, sem refletir sobre o modo como vivia. Sem aprofundar sua sobrevivência, apenas executou ordens, obedeceu e lucrou com isso, enquanto pôde. Mas suas ordens faziam parte de um sistema de destruição: matou crianças, mães, pais, jovens, idosos, sem questionar se aquilo era ou não um mal. Ou, se o fez, não assumiu outras dimensões da vida ativa, como o trabalho e a ação; trabalho, como construção de um mundo, e ação, como o que permite que esse mundo seja melhor.

Banalidade do mal na democracia - A “banalidade do mal” apontada por Hannah Arendt no caso Eichmann não pode ser entendida como um fato isolado, restrito aos eventos do nazismo. Na sua reflexão sobre a banalidade do mal, Arendt aponta para as fragilidades da moral no mundo contemporâneo, onde os mandamentos podem ser substituídos pelo seu contrário, dependendo do que convém no momento. Dessa forma, “Não matarás” pode ser facilmente abandonado por “matarás”; ou onde se lê, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”, na prática podemos observar que nem toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança; ou, ainda, onde se lê “Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”, pode significar, em alguns contextos, que alguém pode ter a sua humanidade ignorada e, portanto, pode ser torturado e tratado com crueldade. A reflexão empreendida por Arendt nos leva a considerar que a banalidade do mal se faz presente quando nos comportamos de forma a ignorar os mandamentos morais, a reflexão ética relativa aos direitos humanos, justificando as ações mais terríveis como “brincadeira” ou “trote” ou como “medida necessária para manter a ordem”, ou, ainda, “porque as circunstâncias assim exigiam”, entre outras. Quando somos coniventes ou omissos com os processos de desumanização tendemos a deixar de reconhecer os “outros” como seres históricos, como seres de sentimentos e pertencimentos. Alimentamos o mal banal sempre que nos comportamos sem pensar nas regras e nas consequências da exceção da regra, sempre que ignoramos a necessidade de reflexão ética.

Como encarar as pessoas que votam em políticos corruptos por causa da propaganda, ignorando os fundamentos críticos da vida política (ação)? Ora, a corrupção começa no instante em que as pessoas não se importam com a política. Cada indivíduo que não procura entender a política, escondendo-se atrás de desculpas, é culpado pela corrupção. Como a corrupção mata?

Com a diminuição do número de hospitais, centros de alimentação, casas de acolhida para adolescentes e crianças; com escolas mal aparelhadas, professores mal pagos, empresas que adulteram remédios e alimentos; com o aumento da falta de segurança nas ruas, do número de policiais mal remunerados e correndo risco de morrer; com cadeias superlotadas que não recuperam ninguém, entre outros. Enfim, se alguém morre por algum dos efeitos do desvio de verbas, o eleitor também é responsável por essa morte. Para quem banaliza o mal, é fácil culpar apenas os políticos. Mas é preciso pensar também em como cada um age. Muitos políticos envolvidos em sucessivos escândalos continuam a ganhar eleições – eis uma banalidade do mal: votar sem analisar, dar o voto a pessoas suspeitas.

Questões:

1.      Quais são as condições fundamentais para a existência do homem no mundo?

2.      Explique cada uma das atividades fundamentais do homem.

3.      Por que a condição humana não deve ser confundida com a natureza humana?

4.      Qual o problema do homem moderno, segundo Hannah Arendt?

5.      O que é o último estágio de uma sociedade de operários?

6.      Qual o problema das modernas teorias do behaviorismo?

7.      Considerando a banalização do mal tão presente no cotidiano, sobretudo nos grandes centros urbanos, elaborem uma redação comentando um ou dois exemplos dessa banalização.

8.      Para aprofundar a questão da banalização do mal, pesquisem em jornais e na televisão informações que comprovem a afirmação de Hannah Arendt de que o predomínio do labor, da alienação e da falta de comprometimento das pessoas em geral impede o agir solidário, voltado para a realização da democracia com igualdade de direitos e de acesso aos bens materiais e morais.

Prof. Manoelito

THE END

SER FELIZ É PRECISO



Com esse tema, vamos discutir a Filosofia em relação a algumas questões que cercam o tema felicidade, próprias do cotidiano atual dos jovens brasileiros. Tais questões referem-se às representações que associamos à ideia de felicidade, como o prazer imediato, o consumo, como levar vantagens em diferentes situações competitivas, como ter sucesso e reconhecimento social, e, ainda, como viver a vida densa de glamour que é propagandeada em anúncios nos meios de comunicação de forma geral. Diante de tudo isso, uma pergunta é fundamental. Quais são os fetiches associados à ideia de felicidade em nosso cotidiano cultural?
Para iniciarmos a nossa reflexão, faremos a leitura da poesia bastante conhecida de Manuel Bandeira: “Vou-me embora pra Pasárgada” e do texto “Entraves à Felicidade”. Façam uma reflexão a respeito da fantasia que temos sobre um lugar como Pasárgada, no qual possamos realizar todos os nossos desejos.
É importante compreender que muitos de nossos desejos são primordiais, relativos à nossa condição biológica ou psicológica, mas muitos deles são associados aos valores de cada momento histórico e, se em um passado não muito distante éramos capazes de viver sem telefones celulares, atualmente esse objeto é tido pela maioria das pessoas como de extrema necessidade, além de se constituir em um sonho de consumo de muita gente. De maneira geral, na nossa sociedade, associamos a felicidade à prosperidade econômica como crescimento constante de consumo de bens ou como adoção de um padrão de vida e um comportamento que nos conduziria para a felicidade. Mas será que a nossa felicidade pode ser resumida a um consumo sempre crescente, à adoção de uma imagem ou a um padrão de comportamento idealizado 
Outro tema fundamental que se desdobra da reflexão sobre felicidade, é a morte. Como nos relacionamos com essa que é a única certeza da existência de todos os seres vivos. Para entender um pouco mais sobre esse tema, leiam o texto Morte, de Aguinaldo Pavão, que é professor de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina, disponível no Caderno do Aluno.
A nossa natureza biológica, psicológica e social, no entanto, impede que se entenda a felicidade como ter prazer sempre, rir sempre, não viver padecimentos. Somos seres sujeitos a padecimentos: físicos e psicológicos. A morte é um deles. Se somos seres que sentem padecimentos, a felicidade pode ser entendida não como esse prazer imediato e que deve ser permanente, mas como uma boa relação com cada situação de padecimento inevitável, próprio de nossa natureza, como é o caso da morte. Uma boa relação com o padecimento pode vir da transformação dele em aprendizado. Para tanto, a reflexão filosófica pode ser uma aliada.
Questões:
1.      Por que o hedonismo moderno é uma arma trágica de dois gumes?

2.      Com relação a nossa busca da felicidade, em que a reflexão filosófica pode nos ajudar e de que depende?

3.      O que se pode afirmar a respeito da história da Filosofia?

4.      Cite alguns autores que problematizam o tema felicidade no âmbito da Filosofia.

5.      Qual é a promessa embutida na crença propagada pelos meios de produção hoje?

6.      A que está condicionada a obrigação de ser feliz?

7.      Por que a morte nos torna livres?

8.      Pesquisar sobre as relações que as diferentes culturas têm com a morte. Como os muçulmanos entendem a morte, os budistas do Tibete, o povo Xavante e como as diferentes pessoas do seu cotidiano explicam a morte.


Prof. Manoelito

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER



Neste texto, abordaremos a problemática da violência contra a mulher, tomando por base o conceito de violência de gênero, com destaque para as práticas de violência contra a mulher que ocorrem cotidianamente no ambiente doméstico, serão colocados em discussão os conflitos nas relações entre homens e mulheres, bem como os fatores sociais e culturais que ajudam a explicar a natureza dos atos violentos que emergem desses conflitos. Por fim, será introduzida a Lei Maria da Penha, com o objetivo de propiciar uma reflexão sobre as medidas adotadas pelo Estado brasileiro no sentido de garantir e proteger os direitos da mulher.

A ocorrência de atos violentos entre homens e mulheres é um fato em nossa sociedade. E a maioria desses atos são cometidos por homens contra mulheres.

Para melhor entender esse tema, leiam os textos: “Brasil está entre os 25 países com mais feminicídios”, disponível no Caderno do Aluno. Infelizmente o texto refere-se ao Brasil porque apresentamos uma das maiores taxas de feminicídio do planeta. E, por isso, pode-se afirmar que o país não é um exemplo a ser seguido, mas um país em que a realidade precisa ser melhorada.

 O que é violência de gênero - Do ponto de vista da Sociologia, ser homem ou ser mulher envolve muito mais do que ter um sexo biologicamente definido e distinto do outro. Significa ter sentimentos, atitudes e comportamentos associados ao “gênero”, termo utilizado para distinguir homens e mulheres. Por essa razão, em Sociologia, a distinção homem/mulher não se limita ao sexo. O gênero (masculino ou feminino) não é determinado apenas pelas características genéticas ou biológicas.

“Quando você se comporta de acordo com as expectativas amplamente compartilhadas acerca de como homens e mulheres devem agir, você está adotando um papel de gênero”

Por que os homens agridem mais as mulheres do que o oposto? Entre os principais fatores que ajudam a explicar a violência de gênero estão as relações desiguais entre homens e mulheres. Quando os homens têm muito mais poder social do que as mulheres – isto é, quando ocupam a maioria das funções de comando, ganham mais do que as mulheres nas mesmas ocupações, são preferidos para ocupar posições de autoridade, entre outros exemplos – isso contribui para uma estrutura social na qual haverá uma maior vulnerabilidade para a mulher. Em sociedades em que homens e mulheres são socialmente mais iguais e as normas justificam a igualdade de gênero, a proporção de agressão masculina é mais baixa.

A violência do homem contra a mulher emerge em contextos sociais em que os papéis de gênero reforçam a ideia de que é “natural” e “correto” que os homens dominem as mulheres. Esses papéis são aprendidos nas famílias, na escola e por intermédio dos meios de comunicação de massa, que ajudam a ditar as formas de interação social.

Nas sociedades que se desenvolveram como patriarcais – ou seja, em que a figura de maior autoridade era o patriarca ou o chefe da família, clã ou tribo –, os homens eram considerados os indivíduos de maior valor e, por conseguinte, seu comportamento e modo de ser foram qualificados como o modelo a ser seguido na vida social. Essa representação de masculinidade enfatiza que os homens seriam mais racionais e menos emotivos e apresentariam características marcadas pela virilidade, força ou destreza física, agressividade, ambição, competitividade etc.

Esses padrões de comportamento geraram estereótipos que se tornaram referências e modelos dominantes em nossa sociedade, formando uma concepção de masculinidade idealizada.

De que forma (s) o ideal de masculinidade está relacionado à violência? Não há uma única resposta a essa questão. Entretanto, é possível dizer que a violência tem sido reconhecida desde tempos imemoriais como uma referência de masculinidade. É comum, por exemplo, que os homens sejam pressionados a manifestar signos visíveis de masculinidade, em situações em que são chamados a testar qualidades ditas “viris”, como esportes de luta, competições entre gangues, rachas, ou, ainda, reagir fisicamente quando desafiados em discussões verbais etc.

Para ampliar o seu conhecimento sobre violência contra a mulher, leiam “o texto que trata da vida e história de Maria da Penha”, e a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, também conhecida como Lei Maria da Penha. Disponíveis no Caderno do Aluno.

Questões:

1.      Por que o texto se refere ao Brasil?

2.      Do ponto de vista da Sociologia, o que é ser homem ou ser mulher?

3.      Quando você está adotando um papel de gênero?

4.      Quais os principais fatores que ajudam a explicar a violência de gênero?

5.      Onde emerge a violência do homem contra a mulher?

6.      De que forma (s) o ideal de masculinidade está relacionado à violência?

7.      Conte resumidamente a história de Maria da Penha Maia Fernandes e faça um comentário.

8.      Laia a lei Maria da penha e comente o parágrafo que você julgar mais importante.








Prof. Manoelito

A TÉCNICA



Esse tema tem como objetivo ampliar o debate sobre a tecnologia nas relações humanas. A partir do século XX, filósofos importantes debateram o problema da submissão do próprio homem às formas de controle da natureza, quando aplicadas à vida em sociedade. Visa também oferecer recursos para que possamos pensar, critica e existencialmente, as relações com a técnica.

Para que serve um computador? Para que serve um ser humano? A partir dessas questões, vamos analisar a relação que os homens estabelecem com os instrumentos citados. Os homens utilizam esses objetos como instrumentos para atingir uma determinada finalidade que, sem eles, seria mais difícil alcançar, demandaria mais tempo ou envolveria mais inconvenientes. Há elementos histórico-culturais que determinam a utilização desses instrumentos, e podem variar.
Qual o significado de técnica e tecnologia. 
A partir dos textos, reflita sobre a força que as palavras têm para produzir convicção, formar opinião e mudar a posição das pessoas a respeito de suas crenças. Em nossa sociedade, além de servir à expressão e à comunicação, o domínio da palavra constitui também uma técnica de persuasão. Com a complexidade da nossa sociedade, as atividades relacionadas às técnicas argumentativas tornaram-se também mais complexas. Quais profissões exigem a técnica de bem empregar as palavras? 
O trecho destacado do texto “Razão instrumental” traz uma profunda reflexão sobre como o avanço do capitalismo mediante a mentalidade tecnológica retém os homens numa lógica de produção e consumo padronizados. No excerto, os filósofos constatam que o racional pode ser irracional, que a mesma razão que instrumentaliza torna-se instrumento, que a mesma razão que emancipa pode subjugar. Ou seja, a razão pode produzir o inverso do que se propõe. Os autores chamam a atenção para um comportamento que se instaura na sociedade contemporânea; negar tudo o que não pode ser calculado, ordenado ou classificado, ou seja, controlado. Essa característica da sociedade contemporânea ocidental opera na mesma lógica do mito, só que por outro viés. Nesse caso, forças exteriores assumem o controle da vida dos homens. Essas forças exteriores – antes deuses, anjos ou demônios – agora são pautadas no cálculo das ciências aplicadas e da economia.

Segundo Adorno e Horkheimer, a racionalidade técnica ou a razão instrumental, assim como o mito, evita a contradição e procura estabelecer identidades. Dessa forma, expressa e interpreta os fatos e os eventos de acordo com a sua própria lógica de classificação e dela nada escapa. Tanto a racionalidade técnica como o mito operam no mesmo sentido de enfraquecer a capacidade reflexiva e crítica. Se não somos mais submetidos ao medo do sobrenatural, governados por seres mágicos, agora somos governados pelo cálculo, pelo padrão, pela verdade que se revela nos produtos que produzimos e consumimos. Mais uma vez renunciamos à nossa capacidade de pensar por nós mesmos e assumimos uma verdade, um padrão externo que nos é imposto. 

Quando os autores destacam a alienação dos homens, a coisificação do espírito e o enfeitiçamento dos homens entre si e de cada indivíduo em relação a si mesmo, eles identificam essa condição com a elevação da ciência aplicada, que justifica, entre outras coisas, a divisão do trabalho e a crescente especialização. Essa condição, segundo Adorno e Horkheimer, tem produzido profundas alterações nos modos de ser e de viver na sociedade. As pessoas passam a ser padronizadas como os produtos que elas fabricam e consomem.

Com a modernidade, valorizou-se sobremaneira o progresso técnico e a autonomia com relação à natureza e mesmo com relação aos outros homens, fazendo que os indivíduos considerem a racionalidade um meio para atingirem o progresso de forma individual. No entanto, no momento em que os homens buscam a autonomia, acabam sendo subordinados por uma racionalidade que não pretende fazê-los progredir como homens, mas como objetos coisificados. Em suma, tornam-se submissos à racionalidade técnica e ao objetivo de controle social e da natureza. A razão instrumental refere-se a esse processo de conhecimento que pretende a dominação do mundo, o controle total da natureza e dos homens entre si. É por intermédio dela que o conhecimento e a técnica assumem tais objetivos. É um ideal da modernidade a transformação da natureza e dos demais seres humanos em algo que se pode usar ou não. Não apenas a natureza: tudo se torna um objeto que se pode usar e descartar, inclusive homens e mulheres.

Não se faz nada que não tenha um objetivo, uma função. Em tudo se pergunta: “Para que serve ”. Tudo e todos têm uma utilidade. Tudo e todos são instrumentos. “Por que o valor da nossa vida não é meramente instrumental ”. Para obter a resposta dessa questão, leiam o Texto 1 “Nova ética para uma nova tecnologia” e o Texto 2 “Por que a técnica moderna é um objeto para a ética”, disponíveis no Caderno do Aluno. Hans Jonas, no prefácio da obra O princípio da responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica, entende que a sociedade tecnológica apresenta desafios éticos inéditos e que devem ser pensados, a partir da realidade que se apresenta.

A obra filosófica de Hans Jonas, que foi aluno de Martin Heidegger (um filósofo importante para se pensar as questões que giram em torno da técnica e de como ela tem formatado a vida na sociedade contemporânea), remete-nos a uma importante reflexão sobre os desafios éticos advindos da civilização tecnológica. Segundo 0svaldo Giacóia Junior, a obra filosófica de Hans Jonas pode ser considerada um dos esforços teóricos mais notáveis para a instauração de um projeto de ética para a civilização tecnológica.
Questões:
1.      Qual significado do termo técnica, segundo o Pequeno Dicionário de Filosofia Contemporânea? Explique.

2.      Explique o significado da palavra grega tekhnê.

3.      Explique os três momentos de geração da sociedade tecnológica, segundo Silvio Gallo.

4.      O que os filósofos constatam no texto “Razão instrumental texto “?

5.      Para que os autores chamam a atenção?

6.      O que entendem Jonas e outros pensadores contemporâneos?

7.      Em que medida a reflexão ética sobre a técnica se faz presente e urgente?

8.      Por que a técnica moderna é um objeto para a ética?

Prof. Manoelito

OS DIREITOS HUMANOS



O objetivo deste tema é refletir sobre os Direitos Humanos. Uma visão geral destes direitos é importante, pois, ainda que eles possam ser criticados, são (ou devem ser) garantidos no Estado democrático.

Para iniciar uma reflexão sobre esse, tema, é preciso entender o contexto histórico em que ocorreu a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. É preciso lembrarmos dos horrores da Segunda Guerra Mundial e dos crimes coletivos praticados por regimes totalitários recentes, assim como a morte de milhões de pessoas provocada pela tecnologia bélica, em especial a bomba atômica.

Sobre a Declaração dos Direitos Humanos, é importante considerar o movimento iluminista europeu do século XVIII e, ainda, o processo de independência dos Estados Unidos da América. O contexto histórico que teve início na Inglaterra no século XVII e se estendeu pela Europa no século XVIII é intenso e fértil em termos da produção filosófica que fundamentou a Revolução Francesa e todo o pensamento liberal que estabeleceu as bases da independência das colônias americanas.

Os filósofos que produziram reflexões sobre temas associados aos Direitos Humanos foram:  John Locke (1632-1704), Montesquieu (1689-1755), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e Immanuel Kant (1724-1804). O pensamento desses filósofos é estudado em outras séries do Ensino Médio. Porém, é importante a lembrança e associação de seus nomes e teorias a esse tema justamente porque se preocuparam com questões ligadas ao Estado, aos direitos, à igualdade e à liberdade.

Com Locke, temos a crítica ao absolutismo e o entendimento de que um Estado baseado em leis e na defesa do direito ao trabalho e à propriedade pode garantir a superação do estado de guerra ao qual são levados os homens. Estes, apesar de nascerem iguais, tornam-se diferentes, porque alguns, por meio de esforços e mais trabalho que os demais, apropriam-se da terra.

Com Montesquieu, temos a valorização das leis e o Estado constituído por três poderes –Legislativo, Executivo e Judiciário – para garantia da igualdade dos cidadãos.

Com Rousseau, temos a defesa de igualdade de direitos e deveres políticos garantidos por contrato social, cujo objetivo central é a realização da “vontade geral”, para que a vontade particular dos privilegiados não desrespeite a liberdade ou a vida de alguém.

Kant auxilia no aprofundamento da reflexão em torno dos Direitos Humanos, defendendo duas condições para sua garantia: a internalização dos valores associados aos direitos pelos indivíduos e a universalização destes mesmos direitos. O imperativo de que devemos agir de forma tal que nossa ação possa ser uma lei universal é um fundamento central para se pensar a igualdade de direitos.

Os quatro filósofos criticaram o Estado absolutista e propuseram princípios que pudessem garantir a construção de um Estado de direitos por meio de contrato, realização de vontade geral, divisão de poderes e leis.

Questões:

1.      Pesquisar em qual contexto histórico se originou a Declaração Universal dos Direitos Humanos?

2.      Fale sobre os Direitos Humanos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

3.      Quais direitos estão incluídos nos Direitos Humanos?

4.      Escolham dois artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e analisem sua realização prática no Brasil.

5.      Pesquisar o pensamento político dos filósofos: John Locke (1632-1704), Montesquieu (1689-1755), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e Immanuel Kant (1724-1804).


Prof. Manoelito

A FELICIDADE SEGUNDO O ESTOICISMO E O EPICURISMO



Neste texto, abordaremos o tema felicidade, tomando-se por base as concepções de duas correntes filosóficas do período helenístico (323 a.C.-147 a.C.); o estoicismo e o epicurismo. Para o estoicismo, a felicidade consiste em adequar nossa vontade ao destino, desejar apenas as coisas que dependem de nós e eliminar todas as paixões, a fim de alcançar o estado de imperturbabilidade da alma – a ataraxia.

Para o epicurismo, a felicidade reside em afastar os medos que nos trazem infelicidade (como o medo dos deuses e da morte), descrer no destino, habituar-se a uma vida simples, buscar o prazer e evitar a dor com prudência, submetendo-o ao exame e à reflexão. Daí a importância da Filosofia para a conquista da felicidade. Antes, porém, de entrarmos na exposição sistemática dessas duas doutrinas, faremos uma introdução ao tema felicidade, procurando problematizar brevemente sua definição e evidenciar a sua importância como objeto da reflexão filosófica, uma vez que dele se ocuparam inúmeros filósofos. Também tentaremos caracterizar o contexto histórico do helenismo, a fim de propiciar uma compreensão mais adequada do estoicismo e do epicurismo.

O objetivo é iniciar o processo de questionamento do senso comum sobre a questão da felicidade, “destruindo” algumas certezas e preparando o caminho para o estudo posterior. Para tanto, vamos ler o texto introdutório, “A Felicidade como tema da Filosofia” disponível no Caderno do Aluno, com o objetivo principal de contextualizar as doutrinas do estoicismo e do epicurismo. Tal contextualização é fundamental para que vocês compreendam as razões pelas quais temas como esse se tornaram tão relevantes e centrais naquele momento histórico.

Agora vamos iniciar um estudo mais sistemático do estoicismo por meio do texto “O estoicismo e a felicidade como resignação”, disponível no Caderno do Aluno. Trata-se de um texto sintético, que procura destacar algumas das ideias mais importantes sustentadas por essa corrente filosófica acerca da felicidade, a fim de permitir-lhes um primeiro contato com tais ideias. Destacamos  nesse texto os seguintes aspectos: a origem do nome estoicismo; os períodos em que a história da escola se dividiu; a ideia de que existe uma Razão Divina (o Logos, ou Deus) que rege todo o universo, imprimindo-lhe uma ordem necessária (isto é, que não pode ser de outro jeito), racional e perfeita; a noção estoica de providência imanente, que difere da que temos nos dias atuais; a noção de liberdade como adequação da vontade ao Destino; a relação entre a felicidade e a capacidade de discernir entre as coisas que dependem de nós e as que não dependem, ao optar pelas primeiras e permanecer indiferentes em relação às segundas; a importância e o papel da apatia na busca da felicidade; o caráter idealista e conformista da felicidade estoica, bem como o significado político de suas teses.

Introdução ao estudo da concepção de felicidade segundo a doutrina epicurista. Para aprofundar ao estudo do pensamento epicurista, façam a leitura do texto “A felicidade segundo o epicurismo”, disponível no Caderno do Aluno.

Questões:

1.      O que é a felicidade segundo o Estoicismo e o Epicurismo?

2.      O que é felicidade segundo o Dicionário básico de Filosofia? Como atingir tal grau de satisfação, isso é possível?

3.      O que foi o helenismo? Explique.

4.      Do ponto de vista político, qual foi a principal consequência da invasão macedônica a Grécia?

5.      Fale sobre os temas da reflexão filosófica no período clássico. “Sócrates, Platão e Aristóteles” e no período helenístico. “Estoicismo e Epicurismo”.

6.      Em que consiste a felicidade estoica?

7.      Explique resumidamente o que diz a carta a Meneceu, mais conhecida como Carta sobre a felicidade.

8.      Explique o prazer, segundo Epícuro.


Prof. Manoelito

DEMOCRACIA E JUSTIÇA SOCIAL



O objetivo do tema é introduzir o debate sobre a noção de democracia, fundamentada na justiça social, com base nas ideias do filósofo John Rawls. Para ele, só há democracia se houver igualdade de fato. Por isso, todas as autoridades deveriam trabalhar por essa igualdade. Da igualdade e da liberdade surge a diversidade, mas também a necessidade de criarmos um acordo comum, para que ambas sejam, de fato, os princípios norteadores da política. Cada vez mais se torna fundamental que o aluno seja levado a identificar a importância da participação política, do conhecimento de seus deveres e direitos e do significado da convivência pacífica; enfim, que somente a participação política consciente e crítica pode trazer mudanças em todas as esferas da vida social.

Como os governos e as instituições podem ajudar milhares de crianças que vivem em situação parecida com a de João e Bilu? Onde está a violência no filme? Para John Rawls, apenas as pessoas mais necessitadas de uma sociedade é que revelam, mais exatamente, o que ela é de fato. Quais são as pessoas mais indefesas em nossa sociedade? as crianças, que são incapazes de elaborar soluções para os seus problemas. As crianças são absolutamente dependentes da sociedade. Elas estão à mercê dos adultos, independentemente da classe social. Entretanto, quanto mais pobres, mais indefesas e sujeitas elas estão ao sofrimento e, até, à morte. Assim, o filme Bilu e João nos leva a pensar como a maioria das nossas crianças está indefesa e nos ajuda a refletir sobre a que tipo de política estamos submetidos.

O curta-metragem Bilu e João (direção de Kátia Lund, 2005) é parte do filme Crianças invisíveis, que mostra a situação de crianças em diferentes lugares do mundo. Este curta se passa em um dia e uma noite e apresenta a experiência de duas crianças, os irmãos catadores de alumínio Bilu e João, que trabalham com uma carroça na cidade de São Paulo, recolhendo latinha e papelão para vender e poder comprar os tijolos para construir uma casa. Além de recolher alumínio e papelão, eles também fazem transportes de objetos pequenos. Isto é, as duas crianças não estão envolvidas em drogas, roubos ou guerras de grupos. Não há uma violência explícita e imediata. Em vez disso, o filme mostra uma violência quase silenciosa na luta diária pela sobrevivência revelada pela troca de mercadoria por trocados, de serviços por alguns poucos centavos ou reais. Também aparece neste curta uma imagem já bastante conhecida que contrasta prédios de classe média com comunidades pobres marcadas por ocupação urbana irregular e moradias precárias.

De acordo com John Rawls, a política deve se basear não em ideias religiosas, econômicas ou filosóficas, mas na justiça como equidade, real, vivida no dia a dia. Assim, o mais importante é agir, para que as muitas crianças que sobrevivem no cotidiano violento tenham uma igualdade de fato com as crianças que têm uma vida confortável, protegida, e que podem estudar para ter a perspectiva de um futuro melhor.

Estas duas abordagens expostas ao final do texto, é importante para a construção de uma reflexão sobre democracia e igualdade social.

Para entender mais sobre o tema, leiam o texto “A justiça como equidade” disponível no Caderno do Aluno.

Reconhecer a pluralidade e respeitá-la - O que vocês entendem por diferença? Quais os principais elementos que caracterizam alguém como “diferente”? São elementos relacionados à etnia, à condição socioeconômica, à sexualidade, à religião à faixa etária. Esses diferentes vivem em um mesmo país, que luta pelo estabelecimento de uma democracia efetiva, eles, salvo tristes exceções, não vivem em guerra física uns com os outros, podem fazer acordos e, até, reconhecer elementos positivos no outro. É fundamental as relações de alteridade e muito importante se respeitar e valorizar a diferença, pois, aos olhos dos outros, podemos ser nós os diferentes.

Por que o convívio com quem é diferente de nós é importante para conseguirmos crescer como indivíduos? Reflitam tendo por base as ideias de John Rawls.

A democracia – Liberdade com justiça. Leiam o texto e reflitam sobre a relação entre justiça, igualdade e crescimento.

Muitas vezes, ouve-se dizer que o Brasil precisa crescer, mas o crescimento e o desenvolvimento de que tanto se fala estão, quase sempre, associados à tecnologia e ao dinheiro. Porém, para John Rawls, crescimento significa justiça. Assim, o Brasil só será grande, de fato, quando todo o seu povo tiver seus direitos respeitados.

Com base no pensamento de Rawls: “Em uma sociedade democrática justa, o poder coercitivo do Estado nunca precisará ser acionado, porque as pessoas têm à sua disposição os bens sociais primários, necessários ao seu desenvolvimento”. Em sociedades desenvolvidas, ou seja, sem exclusão social, têm maior probabilidade de serem pacíficas, não necessitando, portanto, usar a força policial. Isso quer dizer que não basta à sociedade ser rica apenas materialmente; ela precisa garantir processo educacional para cooperação. Se a sociedade não for rica na cooperação, ela torna-se violenta, pois as pessoas não têm um sentido propriamente humano para viver. Assim, somente a educação e uma ação justa poderão fazer com que a sociedade se torne verdadeiramente pacífica.

“Um dos grandes desafios, na verdade, para se manter a efetividade e o valor da liberdade e da igualdade entre os cidadãos, assim como para permitir que o diálogo, a cooperação e o respeito mútuo sejam características basilares da convivência social, está em impedir que a sociedade se torne oligárquica; em outras palavras, impedir grandes desigualdades de riqueza. A concentração do poder econômico é fatal para a justiça social. (DANNER, 2006). ”

Questões:

1.      Por que as crianças são as pessoas mais indefesas em nossa sociedade?

2.      Em que a política deve se basear, de acordo com John Rawls?

3.      Fale sobre a democracia justa, segundo Rawls.

4.      Como deve o objetivo de cada governo democrático, segundo Rawls?

5.      O que é preciso para alcançar a justiça social, segundo Rawls?

6.      Como vivem as pessoas, sob uma ditadura?

7.      Para Rawls, quais ideias elementares devemos ter em mente?

8.      Segundo Rawls, a cooperação social consiste em três aspectos. Quais são?

9.      Explique, segundo Rawls Justiça; consenso e discussão pública

10.  Quais os principais elementos que caracterizam alguém como diferente?

11.  Por que o convívio com quem é diferente de nós é importante para conseguirmos crescer como indivíduos?

12.  Se uma sociedade democrática é uma sociedade de pessoas livres e iguais, fundada na cidadania igual, então como ela tem de ser?

13.  Como deve ser uma sociedade democrática justa?

14.  Para John Rawls, crescimento significa justiça. Assim, quando o Brasil será grande, de fato?

15.  Qual é um dos grandes desafios, para se manter a efetividade e o valor da liberdade e da igualdade entre os cidadãos?

Prof. Manoelito