ADORNO
Para
Adorno, a crise na educação tem fortes relações
com o modo como produzimos tradicionalmente a nossa vida material, pois, ao produzir
e consumir coisas, também formamos a nossa subjetividade. No contexto
educacional não seria diferente. Se a formação educacional está dirigida
unicamente para a adaptação e para a apropriação de certas técnicas, tendemos a
aceitar o que nos é informado sem crítica e sem perspectiva de mudar e de
melhorar as nossas relações. Se tudo o
que aprendemos tem relação com a apropriação de certas técnicas, tendemos a
lidar com o mundo e com as pessoas, tecnicamente e, dessa forma, dificilmente
nos abriremos para o contato com o outro, com aqueles que não nos são
familiares.
Adorno
reconheceu que, tanto a adaptação quanto o domínio de técnicas, fazem parte da
educação dos jovens. Contudo, essa não pode ser a única finalidade da
educação escolar. Faz parte da educação escolar a educação moral, a formação
para a autonomia, para o pensamento crítico e para a reflexão ética. Segundo Adorno,
a educação pode ser uma ação preventiva ao retorno à barbárie se atentar para as
formas de coisificação dos homens e para os seus fetichismos. A educação após
Auschwitz deve esclarecer e elucidar as formas de manipulação e coisificação
presentes em nossa sociedade. Tornar claras as relações que podem nos levar a
modos de ser que nos coisifiquem e que ao mesmo tempo nos levem a desconsiderar
o outro como um ser humano.
KANT
Segundo
Kant, um homem emancipado é um homem sem guia, isto é, minoridade é viver sem a
independência que vem do uso da racionalidade. O que impede o homem de assumir
a sua maioridade é a preguiça e a covardia. Preguiça de ler, de aprender, de
pesquisar, de ouvir e de se cansar em busca de uma maneira melhor de viver.
Covardia em não enfrentar os problemas, os erros, as decepções, conduzindo à
preferência de se manter como uma espécie de criança imatura que para tudo
necessita de outro dizendo o que deve ser e fazer.
Para
quem perguntamos as coisas fundamentais da vida? Quem é o guia? Algum familiar,
como o pai ou a mãe? O professor, o pastor, o padre, o político, o livro, o
filme?
A
minoridade é uma prisão. A maioridade é a libertação. A liberdade vem a partir
do momento em que se assume a racionalidade, ou melhor, o esclarecimento. A
escola deve ser o palco do esclarecimento para, então, tornar-se geradora de
cidadania. O sinal de que isso está acontecendo é o uso público da razão. Isso
significa assumir posições refletidas, o que é diferente do uso privado da
razão, que é responder racionalmente a situações corriqueiras, como se calar
diante da autoridade. Quem tem coragem de usar a razão? Quem tem vontade de
superar a si mesmo? Quem usa a razão só para não ter problemas pessoais (uso
privado da razão)?
Quem
usa a razão para tornar o mundo melhor (uso público da razão)? Os religiosos
dizem: não questione, creia. A televisão diz: não questione, assista, compre e
seja. O político diz: não questione, vote. Os “valentões” dizem: não questione,
obedeça.
Entretanto,
a pessoa emancipada questiona abertamente, sabe o que quer e precisa disso para
ser livre. Ela quer saber o motivo, ela precisa entender para aceitar ou não o que
lhe é falado, ordenado. Ela usa os estudos, o raciocínio, a imaginação e a
crítica para seguir o seu caminho.
Esclarecimento
O
homem é um ser cultural, ou seja, seu comportamento é regido por padrões
culturais transmitidos pela linguagem, por meio da linguagem os homens
estabelecem relações sociais mediadas por símbolos e sinais, que lhes permitem
viver em sociedade, de maneira ordenada e integrada e que os grupos dos quais fazemos
parte são mecanismos de transmissão cultural, como a família, os amigos, o
trabalho, a vizinhança, a escola, os
meios de comunicação, como a televisão, o rádio, a internet, os jornais, além
dos livros, das obras de arte, entre muitos outros.
No
entanto, segundo Adorno, na sociedade capitalista, em que as relações sociais
são mediatizadas pela mercadoria, toda obra de criação se transforma em
mercadoria e é avaliada pelo seu valor no mercado, sua rentabilidade e seu
retorno para o capital, esses meios de comunicação de massa exerce um grande
poder sobre a consciência das pessoas, transformando o consumidor de seus
produtos em objeto dos interesses de reprodução do capital.
Portanto, a possibilidade de trabalhar
didaticamente com os alunos a elucidação do “modo capitalista de pensar”
conforme análise do sociólogo José de Souza Martins podemos resumir em algumas
palavras, Autonomia, esclarecimento, reflexão, formação critica.
Segundo
Kant, um homem emancipado é um homem sem guia, isto é, menoridade é viver sem a
independência que vem do uso da racionalidade. A menoridade é uma prisão. A maioridade
é a libertação. A liberdade vem a partir do momento em que se assume a
racionalidade, ou melhor, o esclarecimento. A escola deve ser o palco do
esclarecimento para, então, tornar-se geradora de cidadania. Fazer uso privado
da razão para superar a si mesmo, fazer uso público da razão para tornar o
mundo melhor, a pessoa emancipada questiona abertamente, sabe o que quer e
precisa disso para ser livre. Ela quer saber o motivo, ela precisa entender
para aceitar ou não o que lhe é falado, ordenado. Ela usa os estudos, o
raciocínio, a imaginação e a crítica para seguir o seu caminho.
Prof. Manoelito
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