sábado, 6 de junho de 2020

FILOSOFIA E RELIGIÃO


O objetivo deste tema é desenvolver as competências e habilidades em relacionar informações, representadas de diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em diferentes situações para construir argumentação consistente; identificar marcas do discurso filosófico e do discurso mitológico; ler, compreender e interpretar textos teóricos e filosóficos; expressar-se por escrito e oralmente de forma sistemática; elaborar hipóteses e questões a partir das leituras e dos debates realizados. Para isso, vamos aprofundar a compreensão sobre as características do discurso filosófico, com destaque para a relação entre Filosofia e Mitologia e Filosofia e Religião. Com a ajuda de historiadores da Filosofia, contextualiza-se a origem da Filosofia como processo em diálogo e não em ruptura com a Mitologia. A partir da reflexão sobre os dois discursos, amplia-se a possibilidade de pensar nas aproximações e distanciamentos entre Filosofia e narrativa mitológica.
A filosofia e a religião buscam a resolução do mesmo problema básico, a questão do Ser, do que existe, do homem e seu dilema moral. As explicações e os métodos aplicados são diferentes, mas as respostas que buscam são idênticas. A filosofia que se baseia inteiramente na razão nasceu, quando as academias gregas se afastaram das crenças nos deuses mitológicos, considerando somente argumentos racionais, a busca pela solução dos problemas é somente através do pensamento lógico. A religião é o inverso da filosofia, se baseia na fé, acreditar em algo na qual não se pode comprovar, na crença inabalável de ensinamentos impostos por revelações divinas, o que leva à rotinas e dogmas.
 Explicar a misteriosa origem do universo somente com o uso da razão, sem mostrar o inexplicável como vontade divina, iniciou um diálogo, muitas vezes um confronto entre fé e razão. A filosofia variou entre épocas que acreditava em uma divindade superior e em épocas que não acreditava, essas épocas refletem na busca do homem pelo conhecimento de si mesmo e do mundo onde vive.
 O surgimento da filosofia se deu na tentativa de superar uma fé cega em que os gregos viviam, tentando explicar os fenômenos através de causas racionais e não através dos mitos. Mais tarde, o cristianismo lutou para impor seu domínio ideológico, e logo depois o renascentismo batalhou contra a inquisição da Igreja. O Iluminismo é a maior expressão desse movimento, quando se esperava a superação total das crenças pela razão.
 Porém, alguns filósofos acreditam que o melhor meio de alcançar as divindades é através da razão. Só é possível conhecer o autor do universo pela busca do conhecimento das coisas, assim a religião convidaria os homens ao conhecimento e essa busca seria através da filosofia. Pensadores como Tomás de Aquino e Agostinho acreditam que a filosofia complementa a religião.
Das diferentes classes da filosofia
A Filosofia moral, ou a ciência da natureza humana, pode ser tratada de duas maneiras diferentes; cada uma delas tem seu mérito peculiar e pode contribuir para o entretenimento, instrução e reforma da humanidade. A primeira considera o homem como nascido principalmente para a ação; como influenciado em suas avaliações pelo gosto e pelo sentimento; perseguindo um objeto e evitando outro, segundo o valor que esses objetos parecem possuir e de acordo com a luz sob a qual eles próprios se apresentam. Como se admite que a virtude é o mais valioso dos objetos, os filósofos desta classe pintam-na com as mais agradáveis cores e, valendo-se da poesia e da eloquência, discorrem acerca do assunto de maneira fácil e clara: o mais adequado para agradar a imaginação e cativar as inclinações (...) fazem-nos sentir a diferença entre o vício e a virtude; excitam e regulam nossos sentimentos; e se eles podem dirigir nossos corações para o amor as probidade e da verdadeira honra, pensam que atingiram plenamente o fim de todos os seus esforços.
Os filósofos de outra classe consideram o homem mais um ser racional que um ser ativo, e procuram formar seu entendimento em lugar de melhorar-lhe os costumes. Consideram a natureza humana objeto de especulação e examinam-na com rigoroso cuidado a fim de encontrar os princípios que regulam nosso entendimento, excitam nossos sentimentos e fazem nos aprovar ou censurar qualquer objeto particular, ação ou conduta. Julgam uma desgraça para toda a literatura que a filosofia não tenha estabelecido, além da controvérsia, o fundamento da moral, do raciocínio e da crítica (...). Enquanto tentam realizar esta árdua tarefa, nenhuma dificuldade os desencoraja; passam de casos particulares para princípios gerais, e conduzem ainda mais suas investigações para princípios mais gerais, e não ficam satisfeitos até chegar àqueles princípios primitivos que, em toda ciência, devem limitar toda curiosidade humana.
Embora suas especulações pareçam abstratas e mesmo ininteligíveis aos leitores comuns, aspiram à aprovação dos eruditos e dos sábios e consideram-se suficientemente compensados pelo esforço de toda a existência se puderem descobrir algumas verdades ocultas que possam contribuir para o esclarecimento da posteridade.
Certamente a filosofia fácil e dada terá sempre preferência, para a maioria dos homens, sobre a filosofia exata e abstrusa; e por muitos será recomendada, não apenas como a mais agradável, mas também como mais útil que a outra. Ela penetra mais na vida cotidiana, molda o coração e os afetos, e ao atingir os princípios que impulsionam os homens, reforma lhes a conduta e aproxima-os mais do modelo de perfeição que ela descreve. Ao contrário, a filosofia abstrusa, alicerçada numa concepção que não pode penetrar na vida prática e na ação, desvanece quando o filósofo sai da sombra e penetra no dia claro, nem seus princípios podem manter facilmente qualquer influência sobre nossa conduta e nossos costumes. HUME, D. Investigação acerca do Entendimento Humano.
1. Crítica da razão pura, de Immanuel Kant: Da diferença entre o conhecimento puro e o conhecimento empírico. Disponível em:
2. Eros e Psiquê. Disponível em:

3. Entre o Céu e a terra: Disponível em:

Leiam os textos acima, acesse os Links e respondam as seguintes questões:
   1. Qual o objetivo do tema?
       2. Explique o primeiro e o segundo esforço para pensar as relações entre a Filosofia, a Mitologia e a Religião.
3.           3,  O que defendem Historiadores da Filosofia, entre os quais Werner Jaeger?
4.           4. Explique conhecimento a priori e conhecimento a posteriori, segundo Kant.
5.           5. Explique resumidamente as três etapas básicas de como a crescente complexidade das relações entre a produção da vida e dos mitos permitiram o estabelecimento de religiões.
6.            A Filosofia surgiu em contraposição aos mitos? Justifique.
          7. Quem empregou a palavra Filosofia pela primeira vez e qual é o significado dessa palavra?
8.             8. Qual a diferença entre os textos: Filosófico, Religioso e Mitológico.
9.             9.  Pesquisar as diferenças e semelhanças entre a Filosofia e a Religião.
10.     10.  Pesquisar as biografias de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino.
11.         11. Pesquisar as 5 vias que provam a existência de Deus, segundo Santo Tomás de Aquino.

12                                                                                           Prof.   Manoelito   Boa Sorte!!!!!!!

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