O
objetivo deste tema é desenvolver as competências e habilidades em relacionar
informações, representadas de diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em
diferentes situações para construir argumentação consistente; identificar
marcas do discurso filosófico e do discurso mitológico; ler, compreender e
interpretar textos teóricos e filosóficos; expressar-se por escrito e oralmente
de forma sistemática; elaborar hipóteses e questões a partir das leituras e dos
debates realizados. Para isso, vamos aprofundar a compreensão sobre as
características do discurso filosófico, com destaque para a relação entre
Filosofia e Mitologia e Filosofia e Religião. Com a ajuda de historiadores da
Filosofia, contextualiza-se a origem da Filosofia como processo em diálogo e
não em ruptura com a Mitologia. A partir da reflexão sobre os dois discursos,
amplia-se a possibilidade de pensar nas aproximações e distanciamentos entre
Filosofia e narrativa mitológica.
A
filosofia e a religião buscam a resolução do mesmo problema básico, a questão
do Ser, do que existe, do homem e seu dilema moral. As explicações e os métodos
aplicados são diferentes, mas as respostas que buscam são idênticas. A
filosofia que se baseia inteiramente na razão nasceu, quando as academias
gregas se afastaram das crenças nos deuses mitológicos, considerando somente argumentos
racionais, a busca pela solução dos problemas é somente através do pensamento
lógico. A religião é o inverso da filosofia, se baseia na fé, acreditar em algo
na qual não se pode comprovar, na crença inabalável de ensinamentos impostos
por revelações divinas, o que leva à rotinas e dogmas.
Explicar a misteriosa origem do universo
somente com o uso da razão, sem mostrar o inexplicável como vontade divina,
iniciou um diálogo, muitas vezes um confronto entre fé e razão. A filosofia
variou entre épocas que acreditava em uma divindade superior e em épocas que
não acreditava, essas épocas refletem na busca do homem pelo conhecimento de si
mesmo e do mundo onde vive.
O surgimento da filosofia se deu na tentativa
de superar uma fé cega em que os gregos viviam, tentando explicar os fenômenos
através de causas racionais e não através dos mitos. Mais tarde, o cristianismo
lutou para impor seu domínio ideológico, e logo depois o renascentismo batalhou
contra a inquisição da Igreja. O Iluminismo é a maior expressão desse
movimento, quando se esperava a superação total das crenças pela razão.
Porém, alguns filósofos acreditam que o melhor
meio de alcançar as divindades é através da razão. Só é possível conhecer o autor
do universo pela busca do conhecimento das coisas, assim a religião convidaria
os homens ao conhecimento e essa busca seria através da filosofia. Pensadores
como Tomás de Aquino e Agostinho acreditam que a filosofia complementa a
religião.
Das diferentes classes da filosofia
A
Filosofia moral, ou a ciência da natureza humana, pode ser tratada de duas
maneiras diferentes; cada uma delas tem seu mérito peculiar e pode contribuir
para o entretenimento, instrução e reforma da humanidade. A primeira considera
o homem como nascido principalmente para a ação; como influenciado em suas
avaliações pelo gosto e pelo sentimento; perseguindo um objeto e evitando
outro, segundo o valor que esses objetos parecem possuir e de acordo com a luz
sob a qual eles próprios se apresentam. Como se admite que a virtude é o mais
valioso dos objetos, os filósofos desta classe pintam-na com as mais agradáveis
cores e, valendo-se da poesia e da eloquência, discorrem acerca do assunto de maneira
fácil e clara: o mais adequado para agradar a imaginação e cativar as inclinações
(...) fazem-nos sentir a diferença entre o vício e a virtude; excitam e regulam
nossos sentimentos; e se eles podem dirigir nossos corações para o amor as
probidade e da verdadeira honra, pensam que atingiram plenamente o fim de todos
os seus esforços.
Os
filósofos de outra classe consideram o homem mais um ser racional que um ser
ativo, e procuram formar seu entendimento em lugar de melhorar-lhe os costumes.
Consideram a natureza humana objeto de especulação e examinam-na com rigoroso
cuidado a fim de encontrar os princípios que regulam nosso entendimento,
excitam nossos sentimentos e fazem nos aprovar ou censurar qualquer objeto
particular, ação ou conduta. Julgam uma desgraça para toda a literatura que a
filosofia não tenha estabelecido, além da controvérsia, o fundamento da moral,
do raciocínio e da crítica (...). Enquanto tentam realizar esta árdua tarefa,
nenhuma dificuldade os desencoraja; passam de casos particulares para
princípios gerais, e conduzem ainda mais suas investigações para princípios
mais gerais, e não ficam satisfeitos até chegar àqueles princípios primitivos
que, em toda ciência, devem limitar toda curiosidade humana.
Embora
suas especulações pareçam abstratas e mesmo ininteligíveis aos leitores comuns,
aspiram à aprovação dos eruditos e dos sábios e consideram-se suficientemente
compensados pelo esforço de toda a existência se puderem descobrir algumas
verdades ocultas que possam contribuir para o esclarecimento da posteridade.
Certamente
a filosofia fácil e dada terá sempre preferência, para a maioria dos homens,
sobre a filosofia exata e abstrusa; e por muitos será recomendada, não apenas
como a mais agradável, mas também como mais útil que a outra. Ela penetra mais
na vida cotidiana, molda o coração e os afetos, e ao atingir os princípios que
impulsionam os homens, reforma lhes a conduta e aproxima-os mais do modelo de
perfeição que ela descreve. Ao contrário, a filosofia abstrusa, alicerçada numa
concepção que não pode penetrar na vida prática e na ação, desvanece quando o filósofo
sai da sombra e penetra no dia claro, nem seus princípios podem manter
facilmente qualquer influência sobre nossa conduta e nossos costumes. HUME, D.
Investigação acerca do Entendimento Humano.
1. Crítica da razão pura, de
Immanuel Kant: Da diferença entre o conhecimento puro e o conhecimento
empírico. Disponível em:
2. Eros e Psiquê. Disponível em:
3. Entre o Céu e a terra:
Disponível em:
Leiam
os textos acima, acesse os Links e respondam as seguintes questões:
1. Qual
o objetivo do tema?
2. Explique
o primeiro e o segundo esforço para pensar as relações entre a Filosofia, a
Mitologia e a Religião.
3. 3, O
que defendem Historiadores da Filosofia, entre os quais Werner Jaeger?
4. 4. Explique
conhecimento a priori e conhecimento a posteriori, segundo Kant.
5. 5. Explique
resumidamente as três etapas básicas de como a crescente complexidade das
relações entre a produção da vida e dos mitos permitiram o estabelecimento de
religiões.
6. 6 A
Filosofia surgiu em contraposição aos mitos? Justifique.
7. Quem
empregou a palavra Filosofia pela primeira vez e qual é o significado dessa
palavra?
8. 8. Qual
a diferença entre os textos: Filosófico, Religioso e Mitológico.
9. 9. Pesquisar
as diferenças e semelhanças entre a Filosofia e a Religião.
10. 10. Pesquisar
as biografias de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino.
11. 11. Pesquisar
as 5 vias que provam a existência de Deus, segundo Santo Tomás de Aquino.
12 Prof. Manoelito Boa
Sorte!!!!!!!
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