Conhecer os
próprios limites e a artificialidade de objetivos permite o desenvolvimento da
liberdade. Sua individualidade é ou não conduzida por forças que lhes são
externas, principalmente em função de objetivos específicos de lucro e domínio.
Vamos
discutir as seguintes questões: Todos nós somos um pouco egoístas?; O que fazer
com nosso egoísmo?; Devemos assumi-lo ou lutar contra ele?
Para Stirner,
o homem é um ser egoísta, embora não saiba o que fazer com seu egoísmo. Assim,
o pensador propõe que cada um deve assumir seu egoísmo, tornando-se dono de si
mesmo.
Quando as
pessoas procuram se libertar do egoísmo servindo a Deus, na verdade acabam servindo
aos líderes religiosos e a si mesmos, de maneira parcial. Deus é uma ideia para
o individuo, independentemente de existir ou não. O homem só serve a ele por
pensar que Deus existe, e será feliz assim. Quando as pessoas procuram servir à
sociedade, elas acabam servindo a lideres políticos, pois a sociedade ou a
nação também são ideias. Quando as pessoas procuram trabalhar, cada vez mais e
melhor, para servir à honestidade; na verdade estão servindo os empregadores.
Portanto, as
ideias de Deus e de nação são afastamentos parciais de nós mesmos. Quando
acreditamos que somos seres espirituais, feitos por e para as ideias, achamos
que devemos segui-las. Desse modo, pensamos egoisticamente: vou servir a Deus,
porque lucrarei com isso indo para o céu, ou vou servir à sociedade, porque
terei prestígio e serei considerado bom. No entanto, se chegássemos à conclusão
de que somos corpo, então serviríamos a nós mesmos em totalidade.
A sociedade
cristã e moderna procura criar um indivíduo com aparência de livre, mas que, no
fundo, é escravo da razão, da fé, ou do Estado. Todas essas instâncias e entidades
prometem a liberdade, desde que renunciemos de alguma forma a nós mesmos, pois
não existe liberdade interior, havendo somente aquela que é vivida longe de
qualquer forma de servidão.
Então, quem
somos nós? Stirner responde afirmando que somos um poço e não devemos ouvir as
vozes da consciência, nem da sociedade e muito menos de Deus, pois elas
escondem egoístas que lucram com isso. Desse modo, o egoísmo é a chave para vivenciarmos
definitivamente desejos, pois - se for para sermos escravo de alguém, então que
o sejamos de nós mesmos.
Como seria a sociedade?
Se cada um
assumisse seu egoísmo, fazendo o bem aos outros por interesse (eu faço você
feliz, para você me fazer feliz), não haveria intrigas nem lutas, pois cada um
seria tão diferente do outro, a ponto de não poderem sequer discordar. O
problema das intrigas e das lutas é que nós nos imaginamos parecidos com os
outros e agimos por egoísmo disfarçado, adormecido. Julgamos, ainda, os outros como
falsos, quando nós também somos. Por isso, nem realizamos nossos desejos, nem
alcançamos nossos ideais.
O indivíduo e a psicanálise
Analisando
pessoas com uma doença chamada histeria, cujos sintomas se confundem com uma
espécie de "possessão demoníaca", como falta de visão, desmaios,
tonturas, paralisia, pânico e ansiedade sem causa física aparente, Freud
descobriu que ela se tratava de uma doença causada pela autorrepressão.
Autorrepressão
de quê? De impulsos considerados dolorosos, terríveis ou vergonhoso: para
aquele indivíduo. Freud concluiu, portanto, que era essa repressão que as
pessoas faziam contra os próprios impulsos que causava a histeria. Esses impulsos
ficariam fechados, isolados no que Freud chamou de inconsciente.
O
inconsciente está por trás de grande parte de nossas fantasias. Ele gera nossas
lembranças e permite que nossa consciência tenha acesso a informações
importantes, como a memória de nomes, datas, lugares, sensações. No entanto,
mais do que isso, o inconsciente é responsável também por esquecimentos,
lapsos, distrações, confusão de ideias, erros nas sensações, atitudes
desastrosas, associação de ideias diferentes.
A cultura
ocidental ignorou o inconsciente e supervalorizou a consciência. Entretanto,
independentemente disso, o inconsciente está sempre em atividade no dia-a-dia,
criando, por exemplo, os sonhos. Por isso, ao interpretar o sonho, seria
possível chegar a alguns conteúdos do inconsciente, conhecendo um pouco aquilo
que reprimimos.
A libido
Para Freud, o
"eu" de cada um é uma parte da Biologia. Nosso cérebro é um corpo, e
este corpo é o lugar onde nós acontecemos. Somos inseparáveis. É importante frisar
Freud não tinha uma visão espiritualista do homem, mas integral, materialista e
científica.
O homem biológico
nasce, cresce, alimenta-se, se reproduz e morre. Mas, para se reproduzir, ele tem
uma força natural que se desenvolve com todo o seu ser desde a infância. É a
libido, a força do instinto sexual, que não apenas opera no ato sexual, mas na
própria formação do desejo. Assim, como todos os instintos, a libido está em
nossa formação individual. Nas sociedades como a nossa, nas quais aprendemos a
esconder o corpo desde crianças, e nas quais os valores religiosos associam
sexo a pecado, ocorre uma repressão e uma inibição com relação ao corpo e ao
sexo.
Essas
sementes de repressão na infância podem se tornar uma neurose no adulto. Os
desejos reprimidos, muitas vezes, são manifestos de forma indireta, por meio de
sonhos ou ações que aparentemente não têm a ver com o objeto do desejo
reprimido. Por exemplo, se desejarmos determinado objeto, em vez de sonhar
diretamente com ele, podemos sonhar com objetos parecidos ou análogos. Perto de
uma pessoa por quem sentimos atração, podemos nos atrapalhar, tropeçar,
esquecer palavras, corar ou até mesmo mostrar desprezo pela pessoa, criando um
ódio aparentemente desmotivado e sem sentido. Da mesma forma, isso funcionaria
com outros instintos.
A estrutura do mecanismo psíquico
Nosso
aparelho psíquico apresenta, para Freud, três estruturas:
a) Id:
constituído pelos impulsos múltiplos, associado ao princípio de prazer e ao inconsciente.
b) Ego:
contato com a realidade, associado à consciência de si como indivíduo.
c) Superego:
internalização das regras morais, associado à consciência sobre os limites
oferecidos pelo outro à realização do princípio de prazer.
O ego é nossa
fachada; ele tem de estar constantemente em negociação com o Id, que nos
impulsiona pelos desejos, e com o superego, que nos reprime de dentro para
fora. O id quer prazer imediato, mesmo que isso custe a própria vida.
Os impulsos
são agressivos. Para contê-los, além da repressão direta, o princípio da realidade
compele a libido a usar sua força para outras atividades, como a arte e a
produção do conhecimento, por exemplo. Isso acontece porque todos nós trazemos
uma agressividade que deve ser domada para que possamos viver em sociedade. A
luta pelo prazer seria, assim, a destruição da civilização; por isso,
inventamos a arte, a religião e a moral, com o que podemos negar os impulsos e
seus prazeres, a fim de conviver na sociedade.
Nós negamos
os prazeres por um pouco de segurança, e não para sofrermos em demasia. No
entanto, acontece que a negação social pode ser tão agressiva que o indivíduo
não conseguirá ter prazeres suficientes na vida, desenvolvendo, em
consequência, as neuroses, as doenças psíquicas.
Como podemos lidar com nossos impulsos de
maneira saudável? Além disso, como os esportes, as artes. As morais e as
religiões nos ajudam a enfrentar os desejos mais violentos e as repressões mais
sufocantes?
Para Freud,
nós somos animais que desejam e querem o poder para conseguir os prazeres. O
que acontece, muitas vezes, é que esse poder é destrutivo, podendo atingir a
nós mesmos e aos outros. Mais ainda, quando a sociedade tenta reprimir os
desejos, acaba muitas vezes sufocando completamente as pessoas. Para resolver
esses impasses, foram inventados os esportes e as artes, as morais e as
religiões.
Leiam o texto e respondam as seguintes questões:
1 - Para Stirner, o que é o homem e o que cada um deve fazer?
2 - O que acontece quando as pessoas procuram se libertar do egoísmo servindo a Deus, segundo Stirner?
3 - Como a sociedade cristã e moderna procura criar o indivíduo?
4 - Como seria a sociedade, se cada um assumisse o seu egoísmo?
5 - Segundo Freud, qual a causa da histeria?
6 - O que diz Freud sobre o inconsciente?
7 - Qual a relação entre impulso e repressão do impulso em Freud?
8 - Explique o "eu" de cada um segundo Freud.
9 - Explique "a libido" segundo Freud.
10 - Porque ocorre a repressão nas sociedades como a nossa, Segundo Freud?
11 - Para Freud, o que somos nós? Explique.
12 - Segundo Freud, quais são as estruturas da psique humana? Explique.
Leiam o texto e respondam as seguintes questões:
1 - Para Stirner, o que é o homem e o que cada um deve fazer?
2 - O que acontece quando as pessoas procuram se libertar do egoísmo servindo a Deus, segundo Stirner?
3 - Como a sociedade cristã e moderna procura criar o indivíduo?
4 - Como seria a sociedade, se cada um assumisse o seu egoísmo?
5 - Segundo Freud, qual a causa da histeria?
6 - O que diz Freud sobre o inconsciente?
7 - Qual a relação entre impulso e repressão do impulso em Freud?
8 - Explique o "eu" de cada um segundo Freud.
9 - Explique "a libido" segundo Freud.
10 - Porque ocorre a repressão nas sociedades como a nossa, Segundo Freud?
11 - Para Freud, o que somos nós? Explique.
12 - Segundo Freud, quais são as estruturas da psique humana? Explique.
Muito...muito...bom...alias otimo,me ajudou pra caramba nos exercicios.....
ResponderExcluirO texto é excelente. Colocações muito esclarecedoras quanto às teorias de Freud e Max. Me ajudou no dever.
ResponderExcluirMuito bom!
ResponderExcluirfaltou as respostas
ResponderExcluirolá. Freud era um estudioso. Sabes dizer se ele leu Stirner? Pergunto porque acho que ele tenha lido Hegel. Grato.
ResponderExcluirOlá! Só um ponto: fico pensando ter Freud lastreado o pensamento de Hegel através de seus mais destacados alunos. Dai pensei na possibilidade de Freud ter lido Stirner. Isso aconteceu com Nietzsche.
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