segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Filosofia - O ESTADO, OS PODERES E AS LEIS


O objetivo deste tema é levá-los a refletir sobre os três poderes e a importância de se estabelecerem leis e garantir o seu cumprimento. Para isso, iniciaremos a discussão abordando os mecanismos sociais destinados a controlar os governantes, a partir da questão: Como fazer o controle?
As leis: As leis Muitos filósofos já refletiram sobre a origem da política. Por exemplo, alguns consideravam que havia um estado de guerra universal, em que todos lutavam contra todos, instintiva e racionalmente (Thomas Hobbes e John Locke), e, a partir disso, os homens fizeram um pacto e elegeram um soberano (monarquia) ou uma assembleia (aristocracia) para defender a manutenção desse contrato social. Diferentemente de autores como Hobbes e Locke, Montesquieu preferiu pensar a vida política inspirado na Ciência, mais especificamente, na análise empírica. Para ele, não havia uma lei universal, a não ser a razão, por meio da qual cada povo cria leis e normas, segundo as suas necessidades.
Em geral, ao longo da história, os povos estabeleceram três tipos de governo: o republicano, o monárquico e o despótico. Os governos se diferenciam em sua concepção, segundo a distribuição de poder ou soberania. O poder soberano, em uma república, é dividido entre todos, ou entre uma parte da sociedade. Nas monarquias, o poder está concentrado em uma única pessoa, que obedece a leis imutáveis. Sob o despotismo, o poder soberano está em uma só pessoa, que obedece apenas à sua própria vontade. Cada um desses modelos de governo traz um princípio ético que lhe é essencial. Como é preciso escolher os representantes, em uma república, o fundamental é a virtude, isto é, quanto mais qualidades, melhor. Em uma monarquia, é necessária a honra do monarca. O medo, por sua vez, constitui o princípio do despotismo; sem provocá-lo, não há como governar. Observe o quadro:
Tipos de governo
A quem pertence a soberania
Princípio

Republicano
O poder soberano é dividido entre todos, ou entre uma parte da sociedade
Virtude
Monárquico
O poder soberano está em uma só pessoa, que obedece a leis imutáveis.
Honra

Despótico
O poder soberano está em uma só pessoa, que obedece apenas à sua própria vontade
Medo

No governo republicano, a virtude é fundamental, uma vez que ela elimina a corrupção proveniente das ambições pessoais. Sem a virtude, os que estão no poder retirarão do Estado todos os benefícios possíveis para si, e assim o deixarão incapaz de cumprir sua missão de dar uma vida digna aos cidadãos. O benefício usurpado pelas autoridades significa menos saúde, menos educação e menos justiça para as pessoas mais pobres. Por isso, é fundamental que as autoridades sejam escolhidas por suas capacidades e pela vontade de cuidar do Estado, para que o Estado assuma responsabilidades por meio de políticas públicas capazes de cuidar das pessoas. Isso não significa a aparência de virtude, mas a virtude provada historicamente. Além das formas de governo no Estado, há três poderes, segundo Montesquieu: o poder de legislar, o poder de executar e o poder de julgar. Em cada sociedade, esses três poderes são destinados a determinadas pessoas: no caso de um governo monárquico, cabe ao rei julgar e executar e ao parlamento, legislar; quando se trata de um governo despótico, os três poderes estão concentrados nas mãos do tirano; em um governo republicano, cabe à aristocracia ou ao povo dividir os poderes e eleger a quem será atribuído cada um deles.
A separação dos poderes: No Brasil, que é uma república, também temos o poder de executar, o poder de julgar e o poder de legislar, tal como proposto por Montesquieu. Em nossa sociedade, os três poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) são distribuídos da seguinte forma:
Poder Executivo
Presidência da República, governos de Estados e prefeituras.
Poder Judiciário
Tribunais de Justiça
Poder Legislativo
Senado Federal, Câmara dos Deputados (federal), Assembleia Legislativa (estadual) e Câmara dos Vereadores (municipal).

Em âmbito federal, os Três Poderes se relacionam sob o grande contrato ou pacto brasileiro que é a Constituição.
Para Montesquieu, não há como manter a liberdade sem as leis e um governo. Alguém tem de se diferenciar pela autoridade, o que, segundo o pensador, era atributo dos magistrados, senadores, juízes, pais, maridos e proprietários de terras. Mas é a lei que deve regular esses poderes. Lei e liberdade são fundamentais para que as pessoas vivam bem. Também, ao contrário de Hobbes, que pensava o soberano acima de tudo, Montesquieu compreendia que ninguém pode estar acima da lei.
Questões:
1.      Como os filósofos citados no texto, pensaram a origem da política?
2.      Em geral, ao longo da história, os povos estabeleceram três tipos de governo. Explique cada um deles.
3.      Como é a separação dos poderes no Brasil?
4.      Por que, para Montesquieu, não há como manter a liberdade sem as leis e um governo?
5.      Após ler os textos no caderno do aluno, respondam as seguintes questões: Quais são as atribuições da presidência da república?
6.      Quais são os requisitos necessários para concorrer ao cargo de presidente da república?
7.      Explique como é composto o Supremo Tribunal Federal e quais as principais atribuições do presidente.
8.      Qual o papel da câmara dos deputados e como ela se compõe?
9.      Como nascem as leis? Explique.
10.  Por que, segundo Montesquieu, o verdadeiro espírito de igualdade está tão distante do espírito de extrema igualdade quanto o céu está distante da terra?
11.  Explique o homem no estado de natureza, segundo Montesquieu.
12.  Explique a liberdade, segundo Montesquieu.
13.  Responder o caderno do aluno da página 15 a 23.


Prof. Manoelito

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