O
objetivo deste tema é estabelecer uma discussão sobre o racismo. Em um primeiro
momento, veremos, a partir do fragmento de um artigo de Octavio Ianni, algumas
considerações sobre como o racismo tem se manifestado na nossa sociedade; em
seguida, destacaremos a posição de Michel Foucault sobre o racismo como
resultado de uma biopolítica e uma reflexão sobre o texto do sociólogo Jair
Batista da Silva, que considera a especificidade da realidade brasileira em
relação ao racismo.
O
que é racismo? Para responder a essa questão, leiam os fragmentos do artigo “A racialização do mundo”, de Octavio
Ianni, e “O que é Racismo de Michel.
Foucault”, disponível no Caderno do Aluno.
Racismo no Brasil - O racismo brasileiro
é multiforme, a reflexão filosófica pode nos ajudar na compreensão e no
questionamento de causas e formas de superação das manifestações racistas
presentes em nossa sociedade. O texto prioriza o racismo em relação à população
negra, nesse contexto, o racismo e as práticas discriminatórias das quais são
vítimas os povos indígenas e os ciganos. Quais são as condições materiais de
manutenção da vida, entre eles, acesso à saúde e à moradia, bem como as
condições de prática e conservação da cultura dos povos indígenas e os ciganos?
Para melhor entender essa questão, leiam o texto “A particularidade do racismo no Brasil” de Jair B. Silva,
disponível no Caderno do Aluno.
Quando
exibimos as diferenças, de modo que ninguém seja agredido ou excluído ou
colocado em uma condição de inferioridade, não se trata de racismo. Dizer que
André é negro, Paulo é branco, Mário é loiro etc. não significa racismo. Dizer
que Luísa tem um cabelo trançado muito bonito e Márcia tem um cabelo loiro
dourado, não é racismo. No entanto, usar essas diferenças para discriminar ou
tentar humilhar ou “diminuir” o outro consiste em racismo.
Por
tudo isso, é importante identificar o racismo feito sem palavras e que pode ser
expresso nas mais variadas formas de linguagem. Ter amigos negros, ciganos ou
índios não faz de ninguém menos racista. Ser filho ou parente, também não.
O
que impede uma pessoa de ser racista é entender que o racismo é um mal cruel e
excludente, que relega as vítimas à pobreza material e à destruição de seus
valores e de sua cultura.
A
relação do racista com a sua vítima apoia-se, diretamente, no pensamento de
dominação de um povo sobre outro, de um indivíduo sobre o outro. A atitude
racista é uma atitude de dominação, característica dos processos de colonização
que empreenderam diferentes impérios ao longo da história da humanidade. A
dominação dos europeus contra africanos e americanos levou à escravização de
negros e índios, uma história que tão bem conhecemos no Brasil.
O
racismo não apenas mata, mas deixa morrer e faz matar. Por isso a escola deve valorizar atitudes
antirracistas, para construir consciência e favorecer práticas de valorização
da vida. Assim, o antirracismo se traduz
em duas condições; uma ética e outra política. A condição ética trata de refletir
sobre si para não cometer a violência. A condição política se ocupa de evitar ações
racistas de outras pessoas e exigir que as autoridades promovam a inclusão das
vítimas, participando ou se solidarizando com grupos representativos dessa
minoria – que é minoria no usufruto dos seus direitos e não em termos de números.
Para
não se comprometer com o racismo, é preciso ser antirracista, pois, quem não se
opõe ao racismo diretamente coloca-se em uma opção de banalidade e omissão em
relação às vítimas, e ainda colhe os frutos do racismo. Se a vítima não combate
ao racismo, então, vai colher os frutos da discriminação.
Questões:
1.
Como
pode ser visto o século XX?
2.
Por
que, no século XX ocorreu várias ondas de racialização do mundo?
3.
O
que se tornou “raça”, ao lado de “casta”, “classe” e “nação”?
4.
Qual
a diferença entre etnia e raça?
5.
Explique
a primeira e a segunda função do racismo, segundo Michel Foucault.
6.
O
que é racismo?
7.
Como
qual condição o racismo é indispensável?
8.
Explique
o racismo como ideologia.
9.
Qual
a diferença, com relação ao racismo, entre as experiências norte-americana ou
sul-africana e o Brasil?
10.
Por
que a democracia racial, no Brasil, ainda não chegou para os negros?
11.
O
que se pode fazer para transformar essa situação, tão comum na paisagem social
do Brasil?
12.
Ao
exibirmos as nossas diferenças. Quando não se trata de racismo e quando se
trata de racismo? Explique.
13.
O
que impede uma pessoa de ser racista?
14.
Em
que apoia a relação do racista com a sua vítima?
15.
Por
que a escola deve valorizar atitudes antirracistas?
16.
Como
o antirracismo se traduz? Explique.
Prof. Manoelito
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