quinta-feira, 18 de agosto de 2016

FIL0S0FIA E RACISM0


O objetivo deste tema é estabelecer uma discussão sobre o racismo. Em um primeiro momento, veremos, a partir do fragmento de um artigo de Octavio Ianni, algumas considerações sobre como o racismo tem se manifestado na nossa sociedade; em seguida, destacaremos a posição de Michel Foucault sobre o racismo como resultado de uma biopolítica e uma reflexão sobre o texto do sociólogo Jair Batista da Silva, que considera a especificidade da realidade brasileira em relação ao racismo.
O que é racismo? Para responder a essa questão, leiam os fragmentos do artigo “A racialização do mundo”, de Octavio Ianni, e “O que é Racismo de Michel. Foucault”, disponível no Caderno do Aluno.
Racismo no Brasil - O racismo brasileiro é multiforme, a reflexão filosófica pode nos ajudar na compreensão e no questionamento de causas e formas de superação das manifestações racistas presentes em nossa sociedade. O texto prioriza o racismo em relação à população negra, nesse contexto, o racismo e as práticas discriminatórias das quais são vítimas os povos indígenas e os ciganos. Quais são as condições materiais de manutenção da vida, entre eles, acesso à saúde e à moradia, bem como as condições de prática e conservação da cultura dos povos indígenas e os ciganos? Para melhor entender essa questão, leiam o texto “A particularidade do racismo no Brasil” de Jair B. Silva, disponível no Caderno do Aluno.
Quando exibimos as diferenças, de modo que ninguém seja agredido ou excluído ou colocado em uma condição de inferioridade, não se trata de racismo. Dizer que André é negro, Paulo é branco, Mário é loiro etc. não significa racismo. Dizer que Luísa tem um cabelo trançado muito bonito e Márcia tem um cabelo loiro dourado, não é racismo. No entanto, usar essas diferenças para discriminar ou tentar humilhar ou “diminuir” o outro consiste em racismo.
Por tudo isso, é importante identificar o racismo feito sem palavras e que pode ser expresso nas mais variadas formas de linguagem. Ter amigos negros, ciganos ou índios não faz de ninguém menos racista. Ser filho ou parente, também não.
O que impede uma pessoa de ser racista é entender que o racismo é um mal cruel e excludente, que relega as vítimas à pobreza material e à destruição de seus valores e de sua cultura.
A relação do racista com a sua vítima apoia-se, diretamente, no pensamento de dominação de um povo sobre outro, de um indivíduo sobre o outro. A atitude racista é uma atitude de dominação, característica dos processos de colonização que empreenderam diferentes impérios ao longo da história da humanidade. A dominação dos europeus contra africanos e americanos levou à escravização de negros e índios, uma história que tão bem conhecemos no Brasil.
O racismo não apenas mata, mas deixa morrer e faz matar.  Por isso a escola deve valorizar atitudes antirracistas, para construir consciência e favorecer práticas de valorização da vida.  Assim, o antirracismo se traduz em duas condições; uma ética e outra política. A condição ética trata de refletir sobre si para não cometer a violência. A condição política se ocupa de evitar ações racistas de outras pessoas e exigir que as autoridades promovam a inclusão das vítimas, participando ou se solidarizando com grupos representativos dessa minoria – que é minoria no usufruto dos seus direitos e não em termos de números.
Para não se comprometer com o racismo, é preciso ser antirracista, pois, quem não se opõe ao racismo diretamente coloca-se em uma opção de banalidade e omissão em relação às vítimas, e ainda colhe os frutos do racismo. Se a vítima não combate ao racismo, então, vai colher os frutos da discriminação.
Questões:
1.      Como pode ser visto o século XX?
2.      Por que, no século XX ocorreu várias ondas de racialização do mundo?
3.      O que se tornou “raça”, ao lado de “casta”, “classe” e “nação”?
4.      Qual a diferença entre etnia e raça?
5.      Explique a primeira e a segunda função do racismo, segundo Michel Foucault.
6.      O que é racismo?
7.      Como qual condição o racismo é indispensável?
8.      Explique o racismo como ideologia.
9.      Qual a diferença, com relação ao racismo, entre as experiências norte-americana ou sul-africana e o Brasil?
10.  Por que a democracia racial, no Brasil, ainda não chegou para os negros?
11.  O que se pode fazer para transformar essa situação, tão comum na paisagem social do Brasil?
12.  Ao exibirmos as nossas diferenças. Quando não se trata de racismo e quando se trata de racismo? Explique.
13.  O que impede uma pessoa de ser racista?
14.  Em que apoia a relação do racista com a sua vítima?
15.  Por que a escola deve valorizar atitudes antirracistas?
16.  Como o antirracismo se traduz? Explique.

Prof. Manoelito

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