O objetivo deste tema
é discutir o desemprego como um fenômeno social, situando-o no contexto das
transformações no mundo do trabalho. Se perguntarmos à população brasileira
quais são hoje os maiores problemas que perturbam a vida das pessoas em nossa
sociedade, com certeza o desemprego vai ser uma das respostas, entre várias
outras. Qual é a importância do trabalho na vida das pessoas? Por que as
pessoas trabalham? O que significa o desemprego na vida das pessoas? Por que as
pessoas ficam desempregadas? A importância do trabalho relaciona-se com a
necessidade de garantir os meios de vida do trabalhador e de sua família. Sem
rendimentos, as pessoas não sobrevivem, pois não têm casa para morar,
alimentos, roupas, calçados, não podem estudar, não têm lazer. O trabalho,
implica valores como honestidade, dignidade, independência e autorrealização.
As pessoas terão, possivelmente, uma compreensão mais clara a respeito do
desemprego e de suas consequências para a sua vida se eles ou seus familiares
já passaram pela experiência da exclusão ou tiveram dificuldade de inserção no
mercado de trabalho. No entanto, talvez muitas pessoas não conseguem explicar
as causas do desemprego.
Mercado
de trabalho: emprego e desemprego - Analisem
as tabelas no Caderno do Aluno.
1.
Qual
é a maior proporção de pessoas ocupadas? 2- Quais outras ocupações aparecem na
tabela e quais são suas respectivas porcentagens?
2.
Vocês
consideram importante ter um emprego com carteira assinada.
3.
Vocês
sabem quais são as vantagens de um emprego desse tipo.
Emprego com carteira
assinada - os direitos garantidos por essa forma de trabalho:
ü
Acesso
ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O FGTS é um valor depositado
mensalmente na Caixa Econômica Federal, pelo empregador, em conta no nome do
empregado, que tem por finalidade protegê-lo na hipótese de desemprego
involuntário, ou seja, caso ele seja demitido da empresa ou adquira determinadas
doenças. Ele também pode ser retirado pelo empregado no momento da compra de um
imóvel;
ü
Férias
remuneradas;
ü
13º
salário;
ü
Em
alguns casos, direito a seguro-desemprego;
ü
Inscrição
no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que garante o direito à
aposentadoria.
Os assalariados sem
carteira assinada não têm acesso a esses direitos, embora haja a possibilidade
de buscar esses direitos na Justiça do Trabalho. E, apesar de existir uma
legislação que obriga o registro em carteira dos empregados domésticos e lhes
garanta férias remuneradas, 13º salário e inscrição no INSS, ainda é grande a
proporção desses empregados que não é registrada e, portanto, é privada desses
direitos. Já o trabalhador autônomo deve se inscrever na prefeitura, pagar
alguns impostos e contribuir para o INSS. Isso lhe garante o direito à
aposentadoria remunerada e ao recebimento de alguns benefícios na hipótese de
doença que o impeça de realizar seu trabalho. Contudo, ele não tem direito ao
seguro-desemprego, ao FGTS, a férias remuneradas ou ao 13º salário, por
exemplo.
IPEA: jovens são
46,6% de desempregados no país
Fatores apontados pelo Ipea para
explicar a maior taxa de desempregados entre os jovens:
ü
A
questão da rotatividade entre os jovens, ou seja, que eles tenderiam a mudar
mais de emprego, pois estariam “experimentando” ocupações. Os jovens não sabem
ainda o que querem e mudam mais facilmente de emprego do que a população mais
velha.
ü
A
baixa qualificação do jovem e o tipo de posto que ocupa. Como possui, de
maneira geral, baixa qualificação e pouca experiência, o jovem ocupa os piores
postos em termos de remuneração e condições de trabalho, além de proporcionar à
empresa os menores custos de demissão e contratação. Como a qualificação
exigida para o posto é baixa, ele é mal remunerado, e, assim, é mais fácil, do
ponto de vista econômico, a sua contratação ou demissão. Por isso, eles
conseguem ocupações mais precárias e de curta duração.
ü
A
questão da escolaridade. Ao tratar dessa questão, logo após a afirmação de que
os jovens têm uma baixa qualificação, o artigo indiretamente relaciona o
problema do desemprego à escolaridade. Afinal, a grande defasagem escolar
diminui a chance de os jovens conseguirem empregos melhores e mais bem
remunerados, pois não possuem qualificação para tanto.
A pesquisa chama a
atenção também para a defasagem escolar. De acordo com o estudo, cerca de 34%
dos jovens entre 15 e 17 anos ainda estão no Ensino Fundamental, enquanto
apenas 12,7% dos jovens de 18 a 24 anos frequentam o Ensino Superior. Deve-se
destacar também a crescente proporção de jovens fora da escola, conforme a
faixa etária: 17% entre os com idade de 15 a 17 anos; 66% entre 18 e 24 anos; e
83% entre 25 e 29 anos, dos quais boa parte não chegou a completar o Ensino
Fundamental. Além disso, o artigo também aponta a elevada taxa de analfabetismo
no país, representada pela dificuldade entre as pessoas maiores de 15 anos de
escrever ou ler um bilhete simples.
E hoje, será que isso
mudou? Estudos apontam que a taxa de desemprego entre os mais jovens ainda é
muito maior do que aquela encontrada entre adultos.
Transformações
no mundo do trabalho - introdução
de inovações tecnológicas e o trabalho
As transformações
ocorridas no mundo do trabalho são resultado, principalmente, da automação ou
introdução de inovações tecnológicas. Essas máquinas modernas que
revolucionaram os modos de se comunicar, se relacionar e trabalhar, por um
lado, facilitaram a vida das pessoas, e, por outro, quando aplicadas ao
processo de trabalho, implicaram a utilização cada vez menor de mão de obra
para obter cada vez mais bens e serviços. Hoje, é possível produzir mais
riqueza com um número menor de trabalhadores. A grande indústria moderna é o
ápice do processo de substituição do homem pela máquina, discutido por Karl
Marx.
O sistema taylorista- -fordista de
produção e a acumulação flexível
Durante o processo de
desenvolvimento da indústria, houve o esforço de introduzir mudanças no processo
de produção e na organização do trabalho. O objetivo era aumentar a
produtividade do trabalho, ou seja, fazer com que o trabalhador produzisse mais
em menor tempo.
Taylorismo: por taylorismo, entendemos as
modificações introduzidas por Frederick W. Taylor no modo de produzir, no final
do século XIX, sustentadas essencialmente por um estudo de tempos e movimentos.
O objetivo era controlar e determinar os métodos de trabalho, selecionando os
trabalhadores e as ferramentas mais adequadas para o trabalho a ser realizado.
Fordismo: o fordismo tem como principal
elemento a introdução, por Henry Ford, em 1913, da linha de montagem com
esteira na produção de automóveis. No entanto, mais do que inovação
tecnológica, o fordismo se caracteriza por ser um sistema com uma ampla divisão
do trabalho, produção em massa de bens padronizados, sindicatos relativamente
fortes e aumentos reais de salários.
Taylorismo-fordismo. A junção do controle de tempo com
a esteira na linha de produção recebeu o nome de taylorismo-fordismo. Esse foi
o sistema de produção predominante até a década de 1960. Ele se caracterizava
pela produção em massa e altamente homogeneizada, pela utilização do trabalho
parcelar e pelo operário visto como um apêndice da máquina, executando
atividade repetitiva. Tal sistema conseguiu reduzir o tempo de produção e
aumentar o ritmo. Era a mescla da produção em série fordista com o cronômetro
taylorista. A dimensão intelectual do trabalho ficava a cargo de bem poucos,
pois usava-se uma grande massa de trabalhadores pouco ou semiqualificados.
1.
Qual
é a importância do trabalho na vida das pessoas?
2.
Qual
é a maior proporção de pessoas ocupadas?
3.
Fale
sobre o problema do desemprego, segundo o Ipea.
4.
Fale
sobre a defasagem escolar, segundo
o Ipea.
5.
Fale
sobre o grau de analfabetismo no Brasil, segundo o Ipea.
6.
Quais
outras ocupações aparecem na tabela e quais são suas respectivas porcentagens?
7.
Quais
os direitos garantidos com o emprego com carteira assinada?
8.
Quais
são os fatores apontados pelo Ipea para explicar a maior taxa de desempregados
entre os jovens?
9.
Para
que a pesquisa Ipea também chama a atenção?
10.
Explique
os sistemas taylorista, fordista. Taylorista-fordista de produção e a
acumulação flexível
11.
Pesquisar
quais motivos as pessoas atribuem para o fato de estarem desempregadas?
12.
Responder
o caderno do aluno da página 20 a 38.
Prof. Manoelito
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