No
início do século XIX, a Sociologia surgiu como uma disciplina científica
baseada em uma necessidade de enfrentar as mudanças e a transformação da vida
social que acontecia na Europa, consequência do processo de industrialização,
capitalismo e urbanização, que exigiram maior integração entre os países e
consciência sobre o mundo.
O
termo – criado pelo filósofo francês Auguste Comte, responsável pelo surgimento
da Sociologia e do Positivismo – veio da palavra latina “socius” (associação) e
do grego “logus” (estudo), e se propõe a analisar a associação entre sociedades
e unificar estudos sobre diversas outras ciências como a história, a economia e
a psicologia.
Mudanças
sociais como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, ocorridas na
Europa, provocaram rupturas na estrutura da sociedade de todo o mundo e foram
influências diretas no surgimento da sociologia.
A
Revolução Francesa tinha o objetivo de implantar ideias como liberdade,
igualdade e fraternidade. Essas ideias mudaram a estrutura social, a política e
a economia da França – e posteriormente influenciaram toda a Europa.
Com
a Revolução Industrial, tradições, costumes, patriarcalismo, servidão e o
trabalho artesanal deram início à indústria. O trabalho humano passou a ser
ocupado pelos maquinários, artesãos ficaram sem empregos, a produção doméstica
foi substituída pelo sistema fabril e os salários diminuíram.
As
cidades, devido ao êxodo rural e ao crescimento demográfico, perderam a
infraestrutura nas moradias e serviços. A rápida industrialização aumentou os
problemas sociais como a criminalidade, a violência, o desemprego, a
prostituição e doenças como tifo, cólera e a peste. Essas epidemias
exterminaram boa parte da população.
A
estrutura social passou a ser dividida entre burgueses e proletariados, ou
seja, pessoas que controlavam a economia e a força de trabalho. Nesse cenário,
o capitalismo se fortaleceu e passou a moldar a sociedade e o mundo do modo em
que se encontra atualmente.
Os
primeiros sociólogos desejavam entender como as mudanças na urbanização e nas
relações econômicas passaram a influenciar no pensamento da sociedade. O
surgimento da Sociologia buscava entender essas relações com o pensamento
individual, e o processo que ligava grupos e instituições, além de buscar
soluções para a desintegração social da época.
Auguste
Comte foi o primeiro sociólogo, em 1838, a unificar a psicologia, a economia e
os processos históricos. O desenvolvimento da ciência se deu com nomes como
Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.
Durkheim
(1858 – 1917) se baseou em Comte para definir a Sociologia como o estudo dos
fatos sociais. O sociólogo acreditava que os fatos sociais deviam ser
analisados de maneira singular, com características próprias. Com as suas
ideias, finalmente, a Sociologia foi definida como ciência.
Já
Marx não pretendia estabelecer ou criar ideias diretas para a ciência, apenas
explicar mazelas sociais decorrentes, como a pobreza, a desigualdade o
desemprego criados pelo sistema capitalista. Sua teoria se baseava na dominação
econômica que o capitalismo exercia no mundo e como a classe trabalhadora era
massivamente explorada. Weber (1864 -1920) tinha ideias mais próxima de
Durkheim e Comte, porém com uma análise bastante compreensiva, e não tão
objetiva, sobre a Sociologia.
Fundamentos
da Sociologia - De um modo geral, a Sociologia representa uma mudança no
pensamento e na realidade social, que, no século XI, passava a se centrar mais
no homem, e menos em questões transcendentais. A ciência segue os mesmos
princípios de outros ramos científicos, mas enquanto a religião e a filosofia
se baseiam em Deus e em explicações metódicas sobre a sociedade, a Sociologia
emprega métodos estatísticos e empirismo.
Como
ciência, a Sociologia deve obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para
todos os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades dos
fenômenos sociais quando comparados com os fenômenos de natureza e,
consequentemente, da abordagem científica da sociedade.
Enquanto
o indivíduo é analisado individualmente pela Psicologia, os fenômenos sociais e
sua interferência nos seres humanos são estudados pelos sociólogos,
compreendendo o seu desenvolvimento e as diferentes sociedades e culturas. Pode
ser caracterizada também como uma ciência da ordem, analisando questões que se
preocupam em entender, e minimiza, a dominação de instituições privadas e
governamentais nos interesses e valores da sociedade e da sua democracia.
Produção
Científica - A produção de conteúdo dos pesquisadores e sociólogos pode seguir
diversos caminhos, como orientar o melhor entendimento humano sobre si mesmo e
até o ajudar a encontrar o seu lugar na sociedade, de uma maneira geral,
proporcionando maior liberdade política e entendimento sobre o desenvolvimento
dos homens ao longo dos séculos.
Os
estudos da Sociologia não são importantes apenas para os estudiosos da área,
mas para diversas outras ciências e até para a Economia, como já foi analisado
por Karl Marx.
A
ciência abrange todas as áreas da vida humana, seja em suas relações
familiares, na organização governamental, nas estruturas das empresas privadas,
no papel da política e até na influência da religião. Atualmente, as pesquisas
da Sociologia e o seu conhecimento influenciam diversos movimentos sociais e
até as formas de governar do Estado.
https://www.resumoescolar.com.br/historia/surgimento-da-sociologia/
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