Com
esse tema, vamos discutir a Filosofia em relação a algumas questões que cercam
o tema felicidade, próprias do cotidiano atual dos jovens brasileiros. Tais
questões referem-se às representações que associamos à ideia de felicidade,
como o prazer imediato, o consumo, como levar vantagens em diferentes situações
competitivas, como ter sucesso e reconhecimento social, e, ainda, como viver a
vida densa de glamour que é propagandeada em anúncios nos meios de comunicação
de forma geral. Diante de tudo isso, uma pergunta é fundamental. Quais são os
fetiches associados à ideia de felicidade em nosso cotidiano cultural?
Para
iniciarmos a nossa reflexão, faremos a leitura da poesia bastante conhecida de
Manuel Bandeira: “Vou-me embora pra
Pasárgada” e do texto “Entraves à Felicidade”. Façam uma reflexão a
respeito da fantasia que temos sobre um lugar como Pasárgada, no qual possamos
realizar todos os nossos desejos.
É
importante compreender que muitos de nossos desejos são primordiais, relativos
à nossa condição biológica ou psicológica, mas muitos deles são associados aos
valores de cada momento histórico e, se em um passado não muito distante éramos
capazes de viver sem telefones celulares, atualmente esse objeto é tido pela
maioria das pessoas como de extrema necessidade, além de se constituir em um
sonho de consumo de muita gente. De maneira geral, na nossa sociedade,
associamos a felicidade à prosperidade econômica como crescimento constante de
consumo de bens ou como adoção de um padrão de vida e um comportamento que nos
conduziria para a felicidade. Mas será que a nossa felicidade pode ser resumida
a um consumo sempre crescente, à adoção de uma imagem ou a um padrão de
comportamento idealizado
Outro
tema fundamental que se desdobra da reflexão sobre felicidade, é a morte. Como
nos relacionamos com essa que é a única certeza da existência de todos os seres
vivos. Para entender um pouco mais sobre esse tema, leiam o texto Morte, de
Aguinaldo Pavão, que é professor de Filosofia da Universidade Estadual de
Londrina, disponível no Caderno do Aluno.
A
nossa natureza biológica, psicológica e social, no entanto, impede que se
entenda a felicidade como ter prazer sempre, rir sempre, não viver
padecimentos. Somos seres sujeitos a padecimentos: físicos e psicológicos. A
morte é um deles. Se somos seres que sentem padecimentos, a felicidade pode ser
entendida não como esse prazer imediato e que deve ser permanente, mas como uma
boa relação com cada situação de padecimento inevitável, próprio de nossa
natureza, como é o caso da morte. Uma boa relação com o padecimento pode vir da
transformação dele em aprendizado. Para tanto, a reflexão filosófica pode ser
uma aliada.
Questões:
1.
Por
que o hedonismo moderno é uma arma trágica de dois gumes?
2.
Com
relação a nossa busca da felicidade, em que a reflexão filosófica pode nos
ajudar e de que depende?
3.
O
que se pode afirmar a respeito da história da Filosofia?
4.
Cite
alguns autores que problematizam o tema felicidade no âmbito da Filosofia.
5.
Qual
é a promessa embutida na crença propagada pelos meios de produção hoje?
6.
A
que está condicionada a obrigação de ser feliz?
7.
Por
que a morte nos torna livres?
8.
Pesquisar
sobre as relações que as diferentes culturas têm com a morte. Como os
muçulmanos entendem a morte, os budistas do Tibete, o povo Xavante e como as
diferentes pessoas do seu cotidiano explicam a morte.
Prof. Manoelito
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